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Política

31 de Outubro de 2018

Reforma da Previdência em 2018 esbarra em discordâncias

A reforma da Previdência deverá ser o primeiro teste de realidade pelo qual passará Paulo Guedes à frente da área econômica do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). O futuro ministro considera a reforma "a mais importante e rápida" medida a ser adotada pelo governo, com o objetivo de atacar o aumento dos gastos públicos. Ao chegar à reunião com a equipe do presidente eleito, nesta terça-feira (30), Guedes defendeu a aprovação da reforma de Michel Temer, além de uma segunda rodada de mudanças, com vistas a adotar o regime de capitalização.

Guedes tem apoio de Bolsonaro. Em entrevistas a TVs na segunda-feira (29), o presidente eleito afirmou que conversaria com o atual presidente, Michel Temer (MDB), para tentar aprovar "ao menos parte" da reforma previdenciária ainda em 2018. Guedes, porém, atribuiu a reação negativa do mercado após a eleição a críticas de Onyx Lorenzoni sobre a viabilidade de aprovar a reforma ainda neste ano. "Houve gente falando que não tem pressa de fazer a reforma da Previdência. O mercado reagiu mal", disse. "É um político falando de economia, é a mesma coisa de eu sair falando de política, não vai dar certo", afirmou Guedes. Mais tarde, porém, admitiu a dificuldade política. "Do ponto de vista econômico, nós estamos atrasados. Essa reforma podia ter sido feita lá atrás, evidentemente tem o cálculo político. O nosso Onyx corretamente não quer que uma vitória nas urnas se transforme numa confusão no Congresso. Se o Congresso não tiver condições de aprovar, nos submetemos", disse Guedes.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já alertou a equipe do presidente eleito para o fato de que uma derrota na votação da reforma seria ruim para Bolsonaro e pediu paciência. "Precipitado é votar qualquer coisa sem voto. Com voto, nada é precipitado. Votar qualquer matéria, Previdência ou não, para o futuro governo sofrer uma derrota, eu acho que é ruim. Então vamos ter que ter paciência", disse.