Faça o login e acesse o conteúdo restrito.

Notícias



Setor da Construção

30 de Junho de 2016

Mercado imobiliário inova e converte o aluguel em sinal

Diante da crise que atingiu vários setores da economia, inclusive o imobiliário, as incorporadoras vêm adotando estratégias diversificadas para atrair um público inseguro frente às perspectivas do mercado. Atualmente, de acordo com a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), cerca de 20% dos imóveis já prontos estão sem vender e o número de lançamentos, em Salvador, caiu nos últimos anos, principalmente por conta das indefinições acerca do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e da Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo (Louos).
 
A novidade, pelo menos no setor residencial, fica por conta da incorporadora Via Célere, responsável pelo empreendimento Première Jaguaribe, com apartamentos custando a partir de R$ 1,3 milhão. De acordo com o diretor geral da empresa, Rodrigo Dratovsky, a proposta é a seguinte: caso tenha interesse, o consumidor assina um contrato de aluguel por até 30 meses e pode usufruir dos benefícios do condomínio. Se, passado esse período, o usuário tiver interesse em comprar o imóvel em definitivo, o valor total do aluguel será usado como uma espécie de ‘sinal’ – quantia dada em dinheiro ao vendedor para garantir que este se comprometa a vender o bem ao interessado – e abatido no valor final do imóvel. Atualmente, são 19 unidades à venda e o valor do aluguel parte dos R$ 3.900.
 
“Resolvemos apostar nesta estratégia, uma espécie de test drive, que já foi realizada em nossa matriz, na Espanha, por observarmos que os clientes têm demorado entre quatro e seis meses para fechar negócio”, disse Dratovsky.
 
Novidade nos chamados empreendimentos residenciais, a ação de aluguel anterior à compra definitiva de um imóvel já é conhecida no segmento comercial, segundo o diretor de marketing da Ademi-BA, José Azevedo Filho. Por outro lado, ele vê com bons olhos a medida adotada pela incorporadora em Salvador. “Apesar de a ação não ser pioneira, a nossa entidade incentiva a inovação que busque dar vazão aos imóveis que estão sem vender”, comentou.
 
Essa medida normalmente é adotada em situações como quando as unidades estão prontas, o incorporador não quer fazer reduções no valor e os empreendedores já estão resolvidos quanto ao agente financeiro.