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30 de Novembro de 2015
Líderes mundiais se reúnem em Paris para tentar frear aquecimento global
O ano de 2015 entrou para a história do clima como o mais quente já registrado até então – o segundo recorde de calor consecutivo, por culpa do fenômeno El Niño e do aquecimento global. E se a humanidade quiser prolongar a própria história no planeta, as discussões que estão sendo travadas em Paris nos próximos dias devem ser alvo da atenção de todos. A capital francesa sediará uma aguardada conferência sobre o clima da Organização das Nações Unidas. Os organizadores franceses dizem que mais de 140 líderes, de um total de 195 países, entre eles os presidentes Barack Obama, dos Estados Unidos, Vladimir Putin, da Rússia, e Xi Jinping, da China, confirmaram presença na cerimônia de abertura, hoje (30).
Na tentativa de reverter esse quadro, 195 países e a União Europeia, membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), estão comprometidos a fechar um novo acordo global climático até o dia 11/12/15, para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. A meta de 2 ºC, acordada na COP de Copenhague, em 2009, é considerada razoável para evitar catástrofes climáticas. Para o secretário executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, se o aumento da temperatura não ficar no limite de 2ºC, as consequências serão muito severas. “Com menos de 1ºC de aquecimento já temos, toda semana, uma má notícia em algum lugar do mundo, inclusive no Brasil, de acidentes ligados a climas mais extremos, chuvas fortes, secas, tornados, deslizamentos de terra”, avalia Rittl.
Adesão de peso - Segundo país que mais polui em todo o mundo, os Estados Unidos deram um passo certeiro na luta contra a mudança climática e buscarão em Paris um acordo global, após se negarem a ratificar o Protocolo de Kyoto. “Buscaremos um acordo que seja ambicioso, efetivo, justo e durável”, afirmou o enviado especial dos EUA para a mudança climática, Todd Stern, ao se referir à COP 21. O objetivo do encontro é exatamente conseguir um documento que substitua o Protocolo de Kyoto, negociado em 1997 e vigente desde 2005, mas que os Estados Unidos nunca ratificaram.
À época, a intenção era de que os países desenvolvidos reduzissem suas emissões de gases causadores do efeito estufa em 5% até 2012 com relação aos níveis de 1999, mas o prazo foi estendido a 2020. Agora, em Paris, a comunidade internacional deverá entrar em acordo sobre um novo modelo para continuar protegendo o meio ambiente e nesse sentido a ação dos Estados Unidos é decisiva. O acordo de Paris entraria em vigor em 2020 para perdurar até 2050. Entre os chefes de Estado e de governo que participarão da reunião na capital francesa estará o presidente americano Barack Obama, que considera a luta contra a mudança climática uma prioridade de seu governo.
Brasil vai propor redução de emissões em 37% - Autoridades brasileiras esperam que seja firmado um acordo robusto, justo, equilibrado e duradouro na 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP21). A negociação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento na adoção de ações para conter o aquecimento global terá desafios, mas os brasileiros estão otimistas. “Uma COP21 de sucesso é termos um acordo robusto, justo equilibrado e ambicioso. Esse é o nosso objetivo”, disse o embaixador José Antônio Marcondes de Carvalho.
“Não é posição do governo (brasileiro) sairmos da COP com um acordo apenas minimalista, superficial, declaratório, em que definições e decisões necessárias e imperativas sejam adiadas”, disse Carvalho, subsecretário-geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Ministério de Relações Exteriores (MRE). Ele é o negociador brasileiro para a mudança do clima. A proposta individual do Brasil para conter o aquecimento global é reduzir em 37% as emissões de gases do efeito estufa do País em relação ao ano de 2005. Naquele ano, as emissões brasileiras foram de 2,1 gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente. O País também se propõe a restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030.