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Notícias



Setor da Construção

04 de Junho de 2018

Indústria da construção está no seu limite

No dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), confirmando mais uma queda da construção na economia, o setor ainda tem que encontrar solução para os impactos negativos gerados pelo aumento dos preços do asfalto e pela greve dos caminhoneiros. A indústria da construção, que representa mais de 50% do investimento e é grande gerador de emprego e renda, acumula mais um período de perdas e segue à margem dos sinais de reação da economia brasileira. O resultado do PIB confirma o novo encolhimento do setor no primeiro trimestre de 2018 — enquanto o país cresceu 0,4% a construção recuou 0,6%. Na prática, o PIB nacional cresce há quatro trimestres e a construção cai há 16 trimestres consecutivos. “Nosso setor está no seu limite. O investimento acabou, as empresas não têm acesso ao crédito, é grande a insegurança jurídica e ainda estamos lidando com incertezas como o preço do asfalto”, disse José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
 
A nova política de preços de materiais asfálticos adotado pela Petrobras já teve impacto considerável sobre todos os contratos de empreendimentos que utilizam esses produtos: obras rodoviárias, pavimentações urbanas, reposições de pavimentos em obras de saneamento, serviços complementares em loteamentos e urbanizações do Minha Casa, Minha Vida. A CBIC participou hoje de reunião no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), em busca de uma solução para o aumento dos preços mensais dos materiais betuminosos do asfalto. A entidade, por intermédio da sua COP (Comissão de Infraestrutura), busca solução para esse tema desde 2017.
 
Além disso, a estimativa é de que com a greve dos caminhoneiros o setor já perdeu mais R$ 5 bilhões de renda nesses 10 dias de paralisação, sem contabilizar os reflexos futuros. “A expectativa é de que após o fim da greve, o setor ainda leve de duas a três semanas para retomar suas atividades”, destaca Martins.