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Setor da Construção
23 de Novembro de 2015
Em declínio, empreiteiras passam o ano sem fechar novo contrato
Depois de crescerem a uma taxa média anual de quase 4% na última década, as empreiteiras entraram num rápido processo de declínio. A situação tem sido tão complicada que as maiores construtoras do Brasil, como Odebrecht, Camargo Corrêa e Mendes Júnior, não conseguiram fechar um único contrato no decorrer deste ano, seja porque estão envolvidas na Operação Lava Jato, que investiga corrupção em contratos com a Petrobras, ou porque a recessão econômica afundou os investimentos públicos e privados no País.
O resultado tem sido uma enxurrada de demissões (mais de 500 mil empregos foram cortados no setor este ano), vários ativos à venda para fazer caixa e centenas de empresas em recuperação judicial (253 construtoras em processo de recuperação entre janeiro e setembro). A expectativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor feche o ano com queda de 11%, segundo cálculos da consultoria GO Associados feitos a pedido da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop) - no ano passado, a retração foi de 2,6%.
Segundo a Odebrecht, líder do ranking nacional de construtores, o cenário econômico afetou os investimentos em infraestrutura, "o que é a causa principal de a empresa não ter conquistado novos contratos no Brasil". Outras gigantes do setor, como Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Galvão Engenharia, estão em situação semelhante, afirmam fontes. Mas, procuradas, as três empresas não quiseram falar sobre o assunto.