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Economia
14 de Março de 2017
Contestações sobre IPTU caem 82,3% em Salvador
O número de impugnações ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) caiu 82,31% entre 2014 e 2017 em Salvador, segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz). Foram 15.806 contestações feitas no ano de 2014 e 2.796 em 2017, três anos depois.
"Essa queda mostra que os cidadãos já absorveram a mudança dos valores do IPTU. Dos 560 mil contribuintes pagantes, 2.796 entraram com um processo de impugnação em 2017 e apenas 1.367 deles são questionamentos do valor venal (de venda) do imóvel”, justifica o secretário da Fazenda de Salvador, Paulo Souto, referindo-se à atualização da Planta Genérica de Valores (PGV), feita em 2013.
Com o passar dos anos, as impugnações do IPTU foram reduzindo gradativamente. Em 2015 foram 9.392 processos desse tipo; em 2016, o número caiu para 7.287, até chegar aos atuais 2.796.
O secretário avalia como natural o número significativo de processos em 2014, por causa da atualização da Planta Genérica de Valores, um dos dados utilizados para o cálculo do IPTU. A planta é um mapa que divide a cidade em diferentes zonas e estabelece o preço do valor do imóvel por metro quadrado em cada zona. “O nome já diz: é uma planta genérica de valores. Seria impossível que uma cidade pudesse refletir em uma planta a condição individual de cada imóvel. Por isso que as pessoas podem vir à prefeitura pedir a correção de valor, se acharem que a avaliação não foi justa”, avalia o gestor.
O secretário Paulo Souto aponta que 99% destes processos já foram julgados e muitos deles tiveram os questionamentos aceitos pela prefeitura.
Grandes devedores
Os donos de terrenos - principalmente de grandes lotes - são os maiores questionadores da cobrança do IPTU de Salvador em 2017, em termos financeiros. Mas, apesar de, juntos, somarem R$ 55 milhões em tributos de posse, eles não são muitos: apenas 770 donos desse tipo de propriedade questionaram a prefeitura.
“A concentração das reclamações está centrada em terrenos, principalmente de grande porte, que não constituem 1% da base de contribuintes”, explica o secretário Paulo Souto.
Em segundo lugar estão os 987 proprietários de imóveis não comerciais que, juntos, pagam R$ 32 milhões em IPTU. Já em terceiro lugar vêm os 1.032 donos de residências, que contribuem com R$ 4,2 milhões através do IPTU.
Do universo de 560 mil contribuintes do IPTU em 2017, 240 mil estão isentos de pagar a taxa por terem imóveis com valor de venda de até R$ 93,5 mil. Outros 183 mil resolveram pagar o imposto em cota única e aproveitar o desconto de 10% oferecido a quem se antecipa. Os 160 mil restantes optaram por pagar o tributo em parcelas.
Para o procurador do município Pedro Caymmi, que representa o município em processos relativos ao IPTU, os donos de grandes terrenos estão se movimentando para transformar a questão particular em um problema geral.
“A gente vê que a sociedade em geral não tem essa ojeriza com o IPTU. Tanto não é coletivo que 25% dos contribuintes pagaram à vista. Se realmente fosse um imposto impagável, a inadimplência estaria em 80%, 90%, quando na verdade está bem abaixo disso”, declara Caymmi. O percentual dos contribuintes que não pagam o tributo está entre 30% e 40%.
O secretário da Fazenda, Paulo Souto, acrescenta o reconhecimento da população, do retorno do imposto em serviços. “Nossa política tributária permitiu que a prefeitura aumentasse os investimentos em educação e saúde”, aponta.
Em 2017, a aplicação de recursos do orçamento do município nas duas áreas citadas ultrapassou os valores determinados pela Constituição Federal. Enquanto a legislação determina que 25% da arrecadação tributária seja aplicada em educação, o percentual aplicado em Salvador foi de 27,6%. Já na saúde, foram aplicados 19,1% do montante gerado a partir de tributos municipais, 4,1% a mais do que obriga a lei. Acesse a matéria na íntegra aqui.