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19 de Outubro de 2015

Com a crise, engenheiros vão de disputados a desempregados

Após dez anos de um crescimento vertiginoso em contratações, as profissões da área de engenharia começam a viver uma desaceleração no número de postos de trabalho. Isso é o que aponta uma pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE). Apenas em 2014 foram 55,1 mil engenheiros desempregados. A má notícia é que essa desaceleração deve se manter  neste ano, afirma o porta-voz da FNE, Fernando Palmezan. "A tendência é que a desaceleração continue, já que a nossa economia está relacionada à China, que exporta para o Brasil matérias-primas e também está em retração econômica", diz.
 
Na Bahia, o nível de atividades registradas no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-BA) já está em baixa. Segundo o presidente do Crea-BA, Marco Antônio Amigo, o mercado baiano teve uma redução de 20% nas atividades da área, mas ainda não atingiu um nível crítico.
Sem projetos, diminuem as vagas de empregos. Um cenário desanimador para os formandos da área, que, atraídos pelo bom momento, entraram na faculdade esperando boas oportunidades, no entanto agora enfrentam  uma crise. Esse é o caso da estudante de engenharia de produção Wliana Cruz, que se forma neste ano e já escuta em sala de aula as dificuldades para conquistar o primeiro emprego.
 
"Em 2010, quando ingressei na universidade, o mercado era gigantesco, minha expectativa era ter experiência na área já no sexto semestre. Mas a realidade é que o mercado está cada vez mais fechado", afirma Wliana. Segundo especialistas, em 2017 o setor deverá retomar o crescimento com o surgimento de novas obras de infraestrutura, que, como afirma o porta-voz da FNE, "serão fundamentais para a retomada do crescimento econômico".