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Mercado

22 de Setembro de 2015

Uso do FGTS no Minha Casa Minha Vida dá fôlego ao mercado

A utilização de verbas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para cobrir os cortes no orçamento do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) trouxe uma espécie de "otimismo cauteloso" ao setor imobiliário. Líderes das entidades de classe elogiaram a medida, mas temem que haja nova mudança de regras, já que as medidas precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional.

O anúncio feito pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, indica que o fundo deve cobrir os R$ 4,8 bilhões que foram cortados do MCMV para o ano de 2016. "O uso do FGTS para substituir as verbas do orçamento mostra que o governo está comprometido com o programa, afirma o presidente do SINDUSCON-BA, Carlos Henrique Passos, que não vê grandes problemas na execução do programa, caso vigore o que foi anunciado.
 
"A maior preocupação na verdade são os cortes no PAC", afirma Passos, referindo-se à redução de R$ 8,6 bilhões em obras de infraestrutura. O presidente do SECOVI-BA, Kelsor Fernandes, elogiou a medida, mas fez duras críticas ao governo. "O ajuste tem que ser mesmo feito, para consertar o que foi causado por oito anos de medidas populistas", declarou. Fernandes demonstrou preocupação com o desemprego decorrente da redução das obras. "A indústria anunciou que vai cortar 610 mil vagas este ano. A maioria dessas vagas está na construção civil", afirma.
 
Déficit habitacional - Para quem está à espera de conseguir a casa própria, as mudanças nas regras trazem um grau de incerteza. Em nota, a Associação Brasileira de Mutuários da Habitação em Alagoas ressaltou que o país tem um déficit habitacional de 5,2 milhões de unidades (dados da Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio Pnad – 2010). "A esperança da ABMH é que MCMV 3 não traga mais surpresas desagradáveis e que seja lançado o mais breve possível", afirmou o presidente Anthony Lima. Ele receia que o uso do FGTS para "tapar o buraco" dos cortes no orçamento prejudique as demais linhas do Sistema de Financiamento da Habitação, que concedem juros mais baixos do que os do mercado para imóveis de até R$ 750 mil.