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Notícias



Setor da Construção

08 de Julho de 2014

Um programa em construção

O clima e o aparato eram de campanha eleitoral, embora ainda faltassem três dias para o seu início oficial.

“Nosso objetivo é deixar claro que é possível contratar a construção de três milhões de moradias”, afirmou a presidenta Dilma Rousseff, na quinta-feira 3, durante a entrega de 464 apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida no Paranoá.

Em princípio, a declaração da presidenta sobre a continuidade do programa agradou aos empresários do setor de construção civil, que contam com o subsídio do governo para atender o mercado de baixa renda.

“Precisamos sinalizar para os empresários se prepararem com terrenos e discutirem com os prefeitos para que isso ocorra a partir de 2015”, afirmou Dilma.

No entanto, a falta de detalhes sobre quando a legislação será enviada ao Congresso e a indefinição em relação aos valores que serão pagos fizeram com que muitos representantes das construtoras deixassem o local sem ter certeza sobre as condições de mercado no próximo ano. 

Inegavelmente, o programa lançado em 2009 conta com o aplauso do empresariado da construção civil.

Uma pesquisa da CBCI aponta que o Minha Casa Minha Vida é considerado importante ou muito importante por mais de 70% das empresas do setor.

Desde então, o governo já investiu R$ 216,6 bilhões na contratação de 3,4 milhões de unidades, das quais 1,7 milhão já foram entregues.

Nas inúmeras reuniões que fizeram com o governo nos últimos meses para tratar do assunto, os empresários pediram a criação de uma faixa intermediária, para atender a população com renda superior a R$ 1,6 mil, mas insuficiente para pagar uma prestação.

Pediram também que o programa se tornasse permanente, independentemente de governos.

“Dilma disse que seria deselegante da parte dela fazer isso sem saber se estaria no cargo no próximo ano. O ciclo de uma obra é de um ano e meio a dois anos, por isso é preciso fechar os contratos com antecedência”, diz José Carlos Martins, presidente da CBIC.

As empresas também reclamam que o governo tem adiado a contratação de imóveis da faixa 1, por falta de recursos. Balanço do Ministério das Cidades mostra que os projetos de menor valor avançam num ritmo mais lento do que os outros.

Considerado por governo e empresários como o maior programa habitacional da história, o Minha Casa Minha Vida de fato deu um impulso ao setor.