Notícias
Mercado
15 de Fevereiro de 2016
Um mar de incertezas toma conta da Enseada
Pouco mais de um ano após o início da crise na indústria naval brasileira, a Enseada Indústria Naval (EIN), que implantou o Estaleiro Enseada em Maragogipe, atingiu a marca de apenas 257 empregos. Entre o final de 2015 e o janeiro, a Enseada demitiu 5,1 mil pessoas, por conta das dificuldades na economia brasileira e, particularmente, na Petrobras, cliente da empresa. A EIN chegou a ter 7,2 mil empregados no pico de obras, em março de 2014, fase de implantação do empreendimento e de construção de seis sondas. Mas as incertezas em relação aos contratos para a construção das embarcações levou a Enseada e a própria economia de Maragogipe e outras cidades do Recôncavo para um buraco que parece não ter fundo.
A direção da EIN diz que o estaleiro se manteve aberto graças aos aportes de recursos que foram feitos pela Kawazaki e a Odebrecht, sócias junto com a OAS e a UTC. Só em Maragogipe, perderam-se 3,5 mil postos de trabalho em 2015 – entre vagas diretamente ligadas ao estaleiro e outras relacionadas à cadeia de serviços. Outro indicador do impacto que a crise na indústria naval tem pode ser percebido na arrecadação de impostos estaduais, ICMS e outros, no município. As receitas, que atingiram o ápice em 2014, quando chegaram a R$ 21,6 milhões, tiveram uma queda de 84% em 2015, fechando R$ 3,5 milhões.
Receita-tributária-Maragogipe - A ‘âncora definidora’ do futuro do Estaleiro Enseada é a definição da Petrobras em relação à construção das sondas para a exploração do pré-sal. Apesar do contexto no curto prazo ser amplamente desfavorável, com a crise na economia brasileira e a vertiginosa queda no preço internacional do petróleo, a EIN continua apostando em uma solução. “Quem investe quase R$ 3 bilhões em equipamentos de última geração não pode deixar de acreditar”, ressalta o diretor de relações institucionais da EIN, Humberto Rangel. Ele lembra que o investimento se deu após a Petrobras anunciar a compra de 28 sondas, por intermédio da Sete Brasil, que contratou seis equipamentos. “Estamos buscando alternativas com investidores japoneses para adiantar a continuidade de ao menos quatro sondas, mas a definição passa pela Petrobras, porque no final é ela quem vai comprar”, diz.