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03 de Setembro de 2015

Transporte terrestre foi o setor mais beneficiado pelo BNDES em oito anos

O transporte terrestre foi o setor mais beneficiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do início de 2007 até o final de 2014, recebendo R$ 183,4 bilhões de empréstimos com juros subsidiados. A quantidade de empregos do ramo, que engloba a locomoção de passageiros e cargas por rodovias, ferrovias e dutos, cresceu 49,6% no período. Na sequência está o setor de eletricidade e gás que recebeu R$ 120 bilhões e gerou um avanço de 17,1% nos empregos. Segundo economistas, o BNDES cumpre seu papel ao direcionar recursos para áreas de infraestrutura, mas peca ao deixar de traçar diretrizes estratégicas para os financiamentos.
 
"O BNDES está financiando pontualmente, conforme a demanda, mas sem plano de integração ou uma política que vise ao desenvolvimento econômico", apontou o economista Evaldo Alves, da Fundação Getulio Vargas. "No transporte, por exemplo, tem que privilegiar estradas e ferrovias que dão maior escoamento à produção". Segundo Andrew Storfer, diretor de Economia da Anefac, o investimento em infraestrutura ajuda, no longo prazo, a reduzir a inflação e os gastos tanto do governo, quanto do setor privado, com a melhora da produtividade. "Mas, para que as empresas invistam em infraestrutura, é preciso reduzir o custo de capital. Se o governo gastar mais hoje dando empréstimos com juros subsidiados para esse tipo de investimento, poderá ter retorno no futuro", avaliou.
 
Dados o IBGE mostram que, no período, o produto agregado ao País pela Formação Bruta de Capital Fixo, ou seja, os investimentos em máquinas e equipamentos, foi de R$ 6,54 trilhões, ou 19,94% do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2007 e 2014. Almir Khair, especialista em finanças públicas, ressaltou que, embora a intenção de financiar o setor de infraestrutura seja boa, a fonte dos recursos usados para subsidiar os juros deve ser repensada. "Quando o governo emite títulos públicos, ainda mais com a taxa de juros estratosférica de hoje, ele endivida toda a sociedade", disse. A taxa média dos financiamentos do BNDES de 2007 a 2014 foi de 2,84% ao ano somado ao "custo financeiro", como a Taxa de Juros de Longo Prazo (de  5% e 6,5% no período) ou uma taxa fixa. A inflação do período ficou em 50,75%.