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01 de Abril de 2023
Salvador é a 2ª capital do NE em empregos formais no setor imobiliário
Com 474 anos, Salvador já foi e é destaque em muitas áreas. Mas, em 2022, a capital baiana também se sobressaiu no ranking de maior número de empregos formais no mercado imobiliário. Entre as capitais nordestinas, a cidade dos soteropolitanos figurou na segunda colocação entre as que mais geraram postos de trabalho no setor. Foram cerca de 34 mil vagas com carteira assinada, segundo uma pesquisa realizada pela Bain Inteligência Estratégica em parceria com a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA).ADVERTISINGNa Prima Empreendimentos, por exemplo, cerca de 1.300 novos profissionais foram contratados no ano passado, a maior parte deles em obras da construção civil. De acordo com o diretor de engenharia do grupo, Luciano Carneiro, a estimativa é que, neste ano, mais de 2.200 postos de trabalho sejam gerados com o lançamento de três novos empreendimentos na região de Baixios (Litoral Norte da Bahia) e dois em Salvador. Deste total de contratações, 40% devem ser para a capital.
“Historicamente já mantemos esse patamar de 2023. A partir de agora, a expectativa é sustentar esse canteiro. Salvador sempre foi uma das principais capitais do mercado imobiliário em termos de lançamento e isso se confirma nos números sobre mercado de trabalho”, afirma Carneiro.
Salvador ficou atrás apenas de Fortaleza, capital do Ceará, que teve cerca de 37 mil empregos com carteira assinada. Em contrapartida, figurou muito à frente da terceira colocada, Recife, com aproximadamente 26 mil. O desempenho de Salvador aconteceu apesar de um ano de retração no número de lançamentos e imóveis.
Segundo a Ademi, o mercado imobiliário baiano teve um recuo de cerca de 16% no ano de 2022. Mas a lógica de empregos obedece uma máxima específica do setor: o lançamento de hoje é o emprego do futuro. Por isso, mesmo com a queda no número de empreendimentos lançados, o mercado de trabalho na capital teve uma performance relevante por conta do desempenho positivo nos anos anteriores.
Para 2023, a expectativa, segundo Cláudio Cunha, presidente da Ademi, é de um crescimento de 5% no mercado. O reflexo disso nas vagas de trabalho só deve aparecer a médio prazo. “O ciclo imobiliário é longo. A fase de contratação de mão de obra se dá, em média, de 6 a 12 meses após os lançamentos, quando se iniciam as construções. Estamos, atualmente, colhendo os frutos do excelente desempenho apresentado ao longo de 2021”, esclarece Cunha.
Edson Cavalcante foi um dos profissionais contratados em 2022. Apesar de ter experiência na área de vendas, até então, ele não fazia parte do mercado imobiliário e, em novembro, passou a ocupar o cargo de gerente comercial na MRV. Junto com Edson, a construtora contratou, em 2022, outros profissionais para obra e setor administrativo, além de credenciar corretores autônomos.
O mercado imobiliário oferece várias funções e especializações para quem deseja uma carreira próspera e cheia de experiências. Mas sem dúvida a grande oportunidade é para o corretor de imóveis. A profissão é muito dinâmica e o que pudemos perceber nos últimos anos foi que temos profissionais cada vez mais capacitados, houve aumento da escolaridade entre os corretores, uso de novas tecnologias para prospecção dos clientes, aumento da média salarial e aumento da participação de mulheres entre os corretores.
Segundo o diretor comercial do grupo no Nordeste, Alessandro Silva, neste ano, Salvador será uma das capitais que mais receberá investimentos da companhia, com uma expectativa de, ao menos, 1.500 novos profissionais contratados. Esse volume de admissões será apenas para o Complexo Sete Sois Paralela, lançado recentemente. O empreendimento contará com 12 condomínios e terá ainda um potencial de geração de 4.500 empregos indiretos.
“O mercado imobiliário oferece várias funções e especializações. Mas sem dúvida, a grande oportunidade é para o corretor de imóveis. A profissão é muito dinâmica e o que pudemos perceber nos últimos anos foi que temos profissionais cada vez mais capacitados”, destaca Silva.
A corretagem é, inclusive, o primeiro segmento a sentir o reflexo dos lançamentos, segundo o presidente da Ademi. Dados do Conselho de Corretores Imobiliários da Bahia (Creci-BA) mostram que, só em 2022, cerca de 2.200 novos profissionais foram registrados. Mas, para Cunha, a segunda posição de Salvador no ranking foi impulsionada mesmo pela construção civil e pelos serviços.
“O setor imobiliário desempenha um papel importante na contração de mão de obra de baixa qualificação. Não há barreiras ao emprego. Quando o setor está aquecido, o emprego logo surge no canteiro de obra, que exerce uma dinâmica de formação e educação profissional importante. Logo o ajudante torna-se pedreiro, carpinteiro, eletricista e encanador. Novos profissionais ascendem ao cargo de encarregado e mestre de obra. Esse ciclo se renova com o crescimento do setor”, afirma.
Novos lançamentos
Na construtora e incorporadora Civil, a maior parte das novas contratações foram para os canteiros de obras. No ano passado, 111 profissionais foram contratados, isso significa um incremento de 18,9% no capital humano da empresa. A construtora concluiu e entregou neste ano o empreendimento Nau, um edifício de alto padrão no bairro da Barra, que foi lançado em 2019. Agora, se prepara, segundo o presidente do grupo, Rafael Valente, para realizar até três novos lançamentos.
Para o presidente da Civil, a posição de Salvador no ranking de contratações de profissionais em 2022 deveria ser o primeiro lugar, principalmente por conta da fatia do mercado imobiliário que engloba a construção civil. “Temos uma relevância e uma tradição muito forte nesse segmento. Nossos profissionais são bons, tanto que eles circulam por todo o Brasil”, analisa Valente.
Presidente do Sindicato da Indústria da Construção da Bahia (Sinduscon), Alexandre Landim explica que, além das obras de edificação, a construção civil inclui também obras de infraestrutura e serviços especializados. De acordo com ele, o setor baiano teve um acumulado de 146 mil empregos no ano passado, isso representa cerca de 6% do total de postos de trabalho na construção civil brasileira. Desses, 55 mil foram só na capital e Região Metropolitana.
“Salvador é a terceira capital do país em geração de emprego na construção civil. Perde apenas para São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2022, tivemos um PIB positivo, o que quer dizer que geramos mais empregos do que demitimos. Foram 20 mil novos empregos, 40% deles em Salvador”, detalha o presidente do Sinduscon.
Para ele, o desempenho positivo do setor está atrelado não só ao aquecimento do mercado imobiliário em 2021, mas também ao crescimento do número de obras públicas, tanto a nível municipal quanto estadual, para construção de escolas, hospitais, policlínicas e serviços de infraestrutura.