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03 de Agosto de 2022

Preço de materiais de construção tem alta de mais de 12% na Bahia

A construção civil é um dos setores que vem liderando a recuperação econômica do país, no entanto, nos últimos anos o setor tem registrado um aumento considerável no preço dos materiais.

Segundo levantamento realizado pelo Sistema Nacional de Preços e Índices para a Construção Civil (SINAPI), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos 12 meses encerrados em junho, o aumento acumulado do preço médio dos materiais de construção, na Bahia, foi de 12,81%.

Nos últimos doze meses os dez insumos que sofreram as maiores variações foram: porta interna (41,9%), telha fibrocimento (38,8%), chapa compensado plastificado (37,8%), concreto (34,2%), azulejo (30,5%), areia (29,9%), fechadura de ferro (28,4), bloco de concreto (26,4%), cimento (18,8%) e brita (11,1%). Os dados são do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA).

"Esses foram os insumos que mais aumentaram em doze meses. Já numa série histórica de dois anos os insumos que mais sofreram variação foram vergalhões e arames de aço, tubos e conexões de PVC e cobre.

Esses três insumos tiveram um aumento nos últimos dois anos de quase 100%. E isso ocorreu devido a falta de regulação da cadeia de suprimento", destacou em entrevista à Tribuna da Bahia o presidente do Sinduscon-BA, Alexandre Landim.

Segundo o porta-voz dos construtores, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), fechou o primeiro semestre deste ano com alta de 5,7% na Bahia. Em junho, este mesmo índice fechou em 0,57%. "Tivemos uma leve desaceleração no primeiro semestre do ano. Mas esse ano ainda estamos tendo que enfrentar um inimigo comum que é a inflação. A inflação do jeito que está é ruim para todos, pois aqueles que estão com obras correm risco de não concluir e quem vai começar a obra acaba retardando.

Ou seja, a inflação é um inimigo comum para toda cadeia da construção civil", enfatizou.

Com a alta, Landim afirmou que uma das alternativas é comprar insumos do mercado internacional. "Nós temos uma cadeia produtiva muito boa no Brasil. Nunca precisamos ir ao mercado internacional para trazer insumos, mas diante desses aumentos nós não temos outra alternativa a não ser ir comprar matérias em outros países".

Segundo a mais recente pesquisa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a falta ou o alto custo de matéria-prima foi o principal problema citado por 47,7% dos empresários brasileiros.

PROJEÇÃO Mesmo com a alta dos insumos, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção aumentou, pela segunda vez consecutiva em 2022, a projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Construção Civil. As informações estão no estudo Desempenho Econômico da Indústria da Construção divulgado na semana passada.

Segundo a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, o ciclo de negócios em andamento, iniciado nos últimos dois anos, tem garantido o ritmo de atividade do setor. "Pelo segundo ano consecutivo a Construção crescerá acima da economia nacional. Entretanto, mesmo considerando a alta de 3,5% em 2022, o setor ainda registra queda em seu PIB de 23,44% no período 2014 a 2022", projetou.
Fonte: Tribuna da Bahia