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Economia
03 de Junho de 2014
PIB que murcha
O PIB do primeiro trimestre não foi apenas um número ruim. Foram vários.
Na opinião do economista José Roberto Mendonça de Barros, o pior é a "consolidação da estagnação no investimento".
Foi exatamente esse olhar por dentro dos dados que fez a pesquisa Focus reduzir a projeção de crescimento deste ano para 1,5%. José Roberto está, desde março, prevendo 1,3%.
O curioso é que não era para ser assim.
Os dados contrariam uma tendência: de que o PIB cresce mais em ano de eleição e Copa do Mundo. “Confirma-se que este será um ano ruim para os negócios. A Copa poderia aumentar o crescimento, mas o efeito feriado - ou seja, a soma dos feriados que vão suspender produção e vendas durante os jogos - está derrubando os dados”.
Alguns economistas já falam em PIB negativo no segundo trimestre. José Roberto diz que não há certeza.
“Será, sem duvida, um número ruim, e pode até ser negativo”.
Com os três trimestres de retração no investimento, é difícil apostar em crescimento maior a curto prazo. A indústria continua em recessão, também com a terceira taxa negativa, puxada pelas indústrias de transformação e de construção.
O governo tem divulgado números de liberação de crédito do BNDES e exibiu taxas de alta de investimento no primeiro semestre de 2013 falando que haveria um boom de investimentos no país.
Na verdade, os dados mostravam apenas a renovação da frota de caminhões, provocada por um fenômeno muito pontual.