Panorama da construção civil

Este ano foi difícil para a indústria da construção civil, muitas incertezas, inseguranças e retração afetaram o setor, que fechará o ano com queda do PIB. Conforme a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais, o PIB da Bahia vai cair 4,5%, enquanto o PIB do Brasil deve registrar queda de 3,5%. Isso se deve em razão do crescimento expressivo do desemprego, da retração dos investimentos públicos e privados, além da diminuição da renda e da confiança das famílias e das empresas. Segundo o Caged, na Bahia só este ano, de janeiro até outubro, foram 13.808 vagas a menos na construção civil. As diminuições das obras também influenciaram para a falta de vagas no mercado de trabalho. De acordo com dados da Ademi-BA, de janeiro a outubro foram lançadas apenas 620 unidades na capital baiana, ratificando uma tendência de desaquecimento do setor, não apenas no segmento de construção de edifícios, mas também nos segmentos de infraestrutura.

A falta de investimentos em infraestrutura também tem levado à perda de competitividade tanto no ambiente interno quanto externo. A taxa de juros absurda praticada no Brasil, de 13,75% a.a, cria um ambiente pouco propício a remunerar investimentos e não atrai o capital privado, necessário para suportar os riscos dos empreendimentos. Outros fatores que também influenciam para a retração são a alta carga tributária, que equivale a 35% do nosso PIB em tributos e o excesso de burocracia que representa, em média, 12% do valor de venda de um imóvel.

Acreditamos que o ponto de partida para a retomada sustentada do crescimento econômico e da geração de emprego está na redução dos gastos públicos, com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55; a simplificação da cobrança de tributos e uma menor carga tributária do setor produtivo; a realização da Reforma Trabalhista e outros. No âmbito estadual e municipal esperamos que o Governo do Estado e a Prefeitura de Salvador invistam em habitação e infraestrutura, busquem novas oportunidades de negócios, valorizando e contemplando as empresas baianas, explorem mais o volume de concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs), facilitando o empreendedorismo.

O setor da construção civil sempre viabiliza melhora. Nossa expectativa é que o novo governo consiga implementar as reformas necessárias, notadamente a de controle dos gastos públicos, da previdência, criando assim condições para o Brasil começar a recuperar a economia. E que o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal de Salvador possam reestruturar a economia do Estado, permitindo que em 2017 tenhamos uma economia com maior estabilidade. Desejo a todos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo!