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14 de Janeiro de 2015

Oposição ao governo Rui Costa diz que 2015 será sem grandes investimentos

Apesar de admitir as dificuldades financeiras que a Bahia vai passar neste ano de 2015 em termos de orçamentos, que vão exigir ainda mais redução de custos, o novo secretário de Planejamento do Estado e vice-governador, João Leão (PP), se mostrou otimista com a possibilidade de realizar projetos e trazer recursos para a Bahia explorando não só o quadro técnico do órgão ao qual assume, mas  contando com a ajuda da presidente Dilma Rousseff (PT), que obteve no Estado uma “vitória estrondosa”.
 
As declarações foram feitas em entrevista exclusiva à Tribuna da Bahia,  na edição da última segunda-feira. No entanto, não é o que acreditam oposicionistas de longa data, que destacaram de pronto terem acompanhado nos últimos meses o déficit orçamentário do estado, “o rombo” deixado na máquina administrativa, aliado às reduções já anunciadas pela presidente no âmbito federal. Segundo eles, 2015 será um ano sem grandes investimentos em obras na Bahia e a arrecadação será apenas para pagar e quitar os gastos da máquina administrativa.
 
Para o deputado estadual Carlos Gaban (DEM), que entrega o mandato no final deste mês, o que se espera em 2015 é uma crise já prevista, fruto do não enxugamento da máquina durante os oito anos do governo de Wagner.“No nosso caso, da Bahia, se agrava ainda mais, porque além dos royalties terem diminuído – pois nos próximos quatro anos Rui não poderá utilizar os royalties do petróleo porque Wagner negociou e utilizou para fechar as contas dele –, o PIB tem previsão abaixo da expecativa e a redução da máquina anunciada não foi concretizada”, afirmou.
 
Segundo o democrata, o estado “não tem chance nenhuma”. E a afirmação, acrescenta Gaban, é feita com muito pesar. “Leão é um político, tem experiência em outras áreas, mas não tem nenhuma experiência em Planejamento. Você pode ter um bom planejamento se tiver recursos para isso. Se não tem, o que vai ser arrecadado é para pagar o custeio da máquina. Este ano ele vai depender única e exclusivamente de convênio”, disparou o oposicionista.
 
Na entrevista à Tribuna da Bahia, João Leão afirmou que será  responsável pelo PPA e LDO do governo Rui e que participará junto com a Fazenda para trazer recursos nacionais e internacionais, “correr atrás do dinheiro, mas não só o dinheiro público”. A referência foi feita quando questionado sobre como viabilizará construção da ponte Salvador-Itaparica. Leão garantiu ainda que irá se debruçar sobre os projetos mais difíceis de serem concretizados, como a Ferrovia Oeste-Leste, a paralisação dos portos.
 
“O coração de Dilma pode bater pela Bahia, como ele fala, mas tem que ter recursos. Quando ele fala da ponte, dos portos paralisados e ferrovias paralisadas... Sobre a ponte ele diz que vai atrás para pedir recursos  internacionais. Mas nenhum organismo internacional vai financiar isso aí se tiver algum risco. Se não tem retorno econômico nessa ponte?”, questiona. “O governo da Bahia não tem poder de investimento, não vai fazer grandes obras que venham melhorar a qualidade de vida. Não vai fazer com recursos próprios”.
 
Para ele,  “o estado não tem chance nenhuma.  Dilma já está fazendo redução de gastos porque a máquina dela está inchada e possivelmente não terá todo esse investimento no estado. Até da saúde ela está tirando dinheiro”, acrescentou. Ex-deputado estadual, o presidente do DEM no município, Heraldo Rocha, também não tem boas expectativas, embora torça por mais qualidade de vida ao cidadão baiano. Rocha criticou ainda o enxugamento da máquina feito por Rui.
 
 “A situação do país é de arrocho salarial, de recesso, e no estado já denunciamos isso há muito tempo. O estado da Bahia está numa situação complicada. A Osid (Obras Sociais Irmã Dulce), por exemplo, está sem receber recursosdo Estado. A extinção de cargos não fez economia de secretarias. É preciso redução de custos pesada, que não houve. O quadro é o mesmo”. Líder da bancada da oposição na Assembleia, Sandro Régis (DEM) ameniza e diz que é preciso esperar o início dos trabalhos da equipe do governador  Rui Costa (PT) para analisar a situação, mas pontua que será um ano de desafios.