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19 de Maio de 2015
Oportunidade de a Bahia fazer história
Vicente Mattos
Diretor de Relações Institucionais do Sinduscon-BA e coordenador do ENIC 2015
vicente.mattos@terra.com.br
Vivemos um cenário econômico social não pensado nos últimos ano. Há pouco mais de quatro anos, o Brasil deixava de ser o eterno país do futuro e começava a ter um presente de sucesso; a ser um dos protagonistas do Brincs, em economia crescente, saindo-se relativamente bem em nível mundial, enquanto outros países, considerados potências, viviam maus momentos com a crise de 2009.
O petróleo estava com preço num valor que a exploração do pré-sal reservava para o Brasul um futuro ainda mais promissor. Muito teríamos que investir na educação, em produtividade, em soluções de infraestutura, mas estávamos avançado.
De repente, os ventos mudaram e os problemas começaram a se suceder com vários ingrediente contrários à rota que tomávamos. Corrupção fora do controle, gestão equivocada,desvalorização de preços de commodities (das quais o país é um celeiro), preços do petróleo em queda, burocracia corroendo a agilidade dos negócios, entraves frequentes na área ambiental, interesses sindicalistas exacerbados e órgãos fiscalizadores atuando de forma ideológica emperraram o desenvolvimento. Reformas que não acontecem, desgaste da classe política, retorno da inflação, emprego diminuindo e juros disparando levam a sociedade à intranquilidade e criam um clima de pessimismo, instalando uma das piores crises para o desenvolvimento, que é a crise de credibilidade.
No momento, o país experimenta um conjunto de ações que visam enfrentar as dificuldades estruturais, dando um rumo que procura soluções para os equívocos de condução da economia dos últimos anos. Precisamos, no entanto, que aliado às decisões do governo, lembre-se do segmento da construção como agente do desenvolvimento econômico e social. Infraestutura, habitação, mobilidade, equipamentos destinados à educação, saúde, instalações industriais e comerciais, dentre outras, são obras que não podem deixar de acontecer se queremos crescer. Mais ainda, o emprego e a renda que estes empreendimentos geram garantem parte significativa do crescimento que o país precisa.
Em setembro próximo, aqui em Salvador, os construtores de todo o país vão se reunir no 87º Enic - Encontro Nacional da Indústria da Construção e terão a oportunidade de discutir com os governantes das esferas federal, estadual e municipal, autoridades financeiras, representantes da academia, fornecedores, enfim, toda a cadeia produtiva do segmento, sobre o que pode ser ativado para que a construção retome seu caminho de maior protagonista da recuperação deste país.
No encontro , serão discutidas políticas públicas, soluções para crescimento da produtividade, destinos para a habitação social, ideias para garantia do crédito habitacional frente à crise da poupança e tantos outros temas que interessam à indústria imobiliária, às atividades e obras públicas e às ações de construções sustentáveis.
Muitos outros temas também estarão presentem, voltados ao desenvolvimento de materiais, técnicas construtivas, inovação, segurança, relações trabalhistas, tratamento de dados estatísticos, serviços especializados e responsabilidade social.
Como o Brasil foi descoberto aqui na Bahia e representamos a primeira capital, acreditamos que o, no 87 Enic, o Estado possa, mais uma vez, fazer história e dar a partida para uma nova fase de desenvolvimento, tornando-se, assim, como o tema do encontro sugere, "Brasil eficiente, país mais justo".