MCMV: Mais do que simples moradia

O termo habitação, no conceito urbano contemporâneo, quer dizer muito mais do que moradia.

Habitar não é apenas morar, mas sim ter necessariamente acesso a infraestrutura urbana, um conceito que implica em convivência, funcionalidade e mobilidade social.

A produção de unidades habitacionais como as do projeto Minha Casa Minha Vida, por exemplo, ainda não se mostrou capaz de reverter circunstâncias críticas do passado.

A utilização de terrenos situados em áreas sem qualquer infraestrutura urbana e de difícil acesso quanto aos transportes mantém as pessoas longe das melhores oportunidades de trabalho.

A própria produção arquitetônica resultante de uma tipologia de blocos de cinco pavimentos - e sem elevador -, com plantas tradicionais e pouco criativas, merece uma crítica em relação à sua funcionalidade.

Destaca-se, ainda, a baixa qualidade do projeto, inclusive no aspecto construtivo.

O MCMV tem o mérito de suprir parte do déficit habitacional brasileiro, mas o demérito de não propor soluções para problemas de quatro décadas atrás.

É preciso desenvolver programas em áreas infraestruturadas e com acessibilidade de transportes; melhorar a qualidade arquitetônica; incorporar conceitos de construção verde.

Também é fundamental a aplicação de um programa pós-obras, com forte componente social, que ofereça equação capaz de atender a manutenção e conservação dos empreendimentos.