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03 de Outubro de 2025

Empresária espanhola Ana Espinel Valdivieso sonha em fazer o mapa acústico de Salvador

A empresária espanhola Ana Espinel Valdivieso, presidente da Audiotec, uma das maiores empresas de engenharia acústica da Europa, participou hoje (03.10), da Sexta da Construção, evento promovido pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA). Durante uma hora e meia ela falou sobre a importância das cidades desenvolverem mapas acústicos como forma de promover o desenvolvimento sustentável com foco no bem-estar das pessoas. A mediação foi da arquiteta Débora Barretto, CEO da Audium, empresa baiana que é referência nacional em acústica, com sede em Salvador e em Dubai.  Com a experiência de quem já desenvolveu o mapa acústico de 200 cidades em países diferentes, Ana Valdivieso se disse entusiasmada em poder fazer algo semelhante no Brasil. “Adoraria poder criar o mapa acústico de Salvador que poderia servir de modelo para outras cidades brasileiras”, afirmou.  Durante uma hora e meia ela apresentou dados sobre normas técnicas e padrões criados pela União Europeia para garantir ambientes acústicos saudáveis.  A empresária reforçou a importância do tema com dados da Organização Mundial de Saúde que mostram que 20% da população mundial vive em zonas onde os ruídos são prejudiciais à saúde. O relatório Fronteiras, Barulhos, Chamas e Descompasso: questões emergentes de preocupação ambiental, divulgado em 2022 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) revela que na União Europeia os sons indesejados contribuem, anualmente, com a morte prematura de 12 mil pessoas, além de afetar um em cada cinco cidadão da região. A palestra de Ana Valdivieso mostrou que as edificações influenciam na propagação dos ruídos, mas que já existe tecnologia para enfrentar o problema.  Os Mapas Acústicos Urbanos servem para orientar os governos a criarem e implementarem políticas públicas em praças e espaços urbanos diversos que tornem as cidades menos barulhentas e mais saudáveis. Ela ressaltou que as variáveis são muitas e os resultados das medições, muitas vezes, são inesperados. “Até mesmo locais reservados para pedestres podem produzir um barulho maior do que o dos carros circulando”, afirmou a empresária.Geraldo Menezes, diretor de obras públicas do Sinduscon-BA, elogiou a apresentação. “Foi surpreendente. Ela falou dos processos de aferição dos ruídos e de como afetam a saúde da população. Numa cidade como Salvador, que tem tantas festas, esses barulhos podem exceder os níveis recomendáveis. Então, essa deve ser uma preocupação do setor de incorporação imobiliária e também dos governantes”, afirmou.