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Economia
15 de Julho de 2014
Juro do especial sobe 6 vezes mais que a Selic
A ameaça de que o país mergulhe na recessão, com queda do PIB e risco de aumento do desemprego, levou os bancos a se precaverem.
Além de reduzirem a oferta de crédito, com medo de calotes, as instituições financeiras, inclusive às controladas pelo governo, estão pesando a mão sobre os juros.
Enquanto a taxa básica de juros (Selic) aumentou 3,75 pontos percentuais desde abril de 2013, de 7,25% para 11% anuais, o custo médio do cheque especial saltou, no mesmo período, 25 pontos, de 136,8% para 161,8% ao ano, segundo o Banco Central. Ou seja, seis vezes mais.
Essa desproporção se repete no cartão de crédito, conforme a Associação Nacional dos Executivos de Finanças. Em abril do ano passado, a taxa média estava em 192,94% anuais.
Em maio último, o custo subiu para 232,12%.
Não há escapatória. As famílias estão endividadas e quase sem margem para tomar empréstimos.
A renda e o emprego já não crescem como no passado, limitando o ingresso de novos clientes no sistema financeiro. Se o desemprego aumentar, certamente, a inadimplência aumentará.
Então, não há como esperar aumento dos empréstimos e dos financiamentos e como se falar em queda dos juros. Se há uma tendência, é de alta das taxas, para cobrir possíveis perdas.
Diante desse quadro, os analistas não vêem qualquer possibilidade de o crédito voltar a impulsionar o consumo das famílias e, por tabela, o PIB. Agora, o avanço das concessões de empréstimos e financiamentos com recursos livres é de apenas 5,7%.
Descontada a inflação, que nos 12 meses até junho chegou a 6,52%, o crédito encolheu.
Para completar, o calote, que caiu até 2013, voltou a subir neste ano.