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02 de Maio de 2014

Infraestrutura precisa de R$ 2 tri em 20 anos

O Brasil precisará investir R$ 2 trilhões em infraestrutura nos próximos 20 anos para conseguir impulsionar a atividade econômica como projeta o governo e alcançar o nível de competitividade de países emergentes que despontaram no setor nos últimos anos — como a Coreia do Sul, na Ásia, e Chile e Colômbia, na América Latina.

As contas são de Armando Castelar, economista da Fundação Getúlio Vargas, e de Cláudio Frischtak, presidente da consultoria Inter.B. “Se, em um passe de mágica, o investimento em infraestrutura passasse de 2,5% para 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB), o país poderia crescer neste ano, em vez de 1,8%, mais de 3%”, diz Frischtak.

Ele ressalta que, para compensar a depredação natural da infraestrutura existente, são necessários investimentos de, pelo menos, 3% do PIB. 

Ao ano, a defasagem entre o Brasil e os países com investimento de ponta no setor é de R$ 100 bilhões.

Para suplantar essa lacuna, seria necessário ampliar em 11% a taxa de investimento atual, de 18,3%, “meta coincidente com a do governo”, salienta Frischtak.

Elevar a participação da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida de investimento) no PIB para além de 20% tem sido uma intenção reiterada continuamente pelo presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.

Assim como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou inúmeras vezes a vontade de transformar o investimento em infraestrutura em vetor do crescimento já a partir de 2014, uma compensação ao projeto de expansão baseado no consumo, que já demonstra estar próximo do esgotamento e tem efeitos diretos sobre a inflação.

“Nosso objetivo é fazer (a concessão de) mais três ou quatro rodovias este ano; fazer, pelo menos, (a concessão de) duas ferrovias; os aeroportos, e os portos também”, afirmou Mantega, em setembro do ano passado, para, em seguida, completar:

“No próximo ano, teremos todos os investimentos sendo realizados. É a maneira que nós poderemos aumentar o nosso PIB no próximo ano, puxado por investimentos em infraestrutura”.