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Mercado

27 de Outubro de 2014

Incorporadoras vendem e lançam menos no trimestre

Incertezas econômicas, estoques elevados e o desaquecimento da demanda frearam os negócios das incorporadoras de capital aberto no último trimestre, provocando redução da venda de imóveis e dos lançamentos de novos projetos.

Os empreendimentos imobiliários lançados entre julho e setembro totalizaram R$ 2,5 bilhões em valor geral de vendas - 23% menos do que nos mesmos meses do ano passado. Já as vendas contratadas atingiram R$ 3,3 bilhões, uma redução de 10% no trimestre.

O levantamento foi feito pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a partir do relatório operacional divulgado por oito das maiores companhias do País listadas na Bolsa.

Os números de vendas ainda são parciais e devem ser revistos para baixo, pois algumas empresas anunciaram apenas o volume bruto de vendas, sem considerar a quantidade de distratos. Esses detalhes serão conhecidos só no próximo mês, com a divulgação dos balanços completos.

Segundo o diretor financeiro da EZTEC, Emílio Fugazza, o ano tem sido muito desafiador para o mercado imobiliário. Além dos feriados da Copa do Mundo terem esvaziado os estandes em junho e julho, o quadro eleitoral também interferiu no resultado.

"Nessa situação, é difícil ter clareza para investir."
 
O arrefecimento do setor também pode ser explicado por problemas operacionais das próprias incorporadoras, que estão trabalhando com estoques altos, diz o analista de construção do banco JP Morgan, Marcelo Motta.

"As empresas tiraram o pé do acelerador e adiaram novos projetos para não criar mais estoques", disse.

Motta lembrou que a prioridade é vender unidades já lançadas e controlar rescisões de vendas.

Desde o ano passado, o distrato se tornou um problema de grandes proporções, reflexo do grande volume de obras em fase final. Outro ponto que contribuiu para a retração foi o enfraquecimento da demanda.

De acordo com Belmiro Quintaes, diretor de atendimento da imobiliária Lopes, os compradores têm levado mais tempo para fechar negócio, à procura de preços atrativos e ofertas especiais.

"O cliente tem mais opções e está mais seletivo, então demora mais para definir a compra", disse.