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Setor da Construção
27 de Abril de 2016
Incerteza paralisa setor da construção civil
“Empresários aceitam riscos, mas não aceitam incertezas”. A máxima é do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil na Bahia (SINDUSCON-BA), Carlos Henrique Passos, ao comentar da atual situação do mercado da construção civil na Bahia e particularmente em Salvador, praticamente paralisado e sem lançamentos de novas unidades comerciais e habitacionais.
Contrapondo-se ao cenário festivo do lançamento do Programa Minha Casa Minha Via, que ontem fez a entrega de 2.800 unidades habitacionais na região próxima ao Aeroporto, o índice Abrainc-Fipe, revelou que nos meses de dezembro do ano passado até fevereiro deste ano, em todo o país, foram lançados apenas 16.752 unidades habitacionais. Uma redução de 8,6% em relação a igual período de 2015. Já a venda de imóveis teve uma queda de 18,9% no mesmo período.
Na avaliação do presidente do SINDUSCON-BA, precisa haver uma reviravolta no cenário político para destravar a economia. “Os empreendedores enfrentam dificuldades eu fazem o mercado se retrair, como a redução da oferta de crédito, a ausência de diretrizes na economia e em nível local e a indefinição do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU)”, afirma.
Em Salvador, conforme explica o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da Bahia (Creci-BA), Samuel Prado, as 700 imobiliárias em ação no mercado baiano têm enfrentado problemas ante as restrições impostas pelos bancos privados e os corretores têm lidado com um público diferente, que são aqueles que compraram o imóvel e na hora da entrega das chaves não têm os recursos e acabam revendendo-o para terceiros, como forma de evitar um prejuízo maior.
O presidente do SINUSCON-BA explica que para o financiamento habitacional com o uso dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), existe crédito com juros subsidiados. “O problema é que o investidor não vê ambiente para novos lançamentos num mercado retraído onde a figura do comprador é cada vez mais difícil. Além do mais, o risco da inadimplência é cada vez maior”, diz.