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Mercado

05 de Janeiro de 2015

Fieb dá prioridade à interiorização

 “Nossas principais demandas são as que envolvem os interesses da indústria baiana e, entre estas, estão as situações do Estaleiro Enseada, em Maragojipe; das eletrointensivas (que reúne as maiores empresas consumidoras de energia elétrica) e, sobretudo, a interiorização de indústrias na Bahia, com apoio às micro, pequenas e médias empresas”. A afirmação é do presidente da Fieb-Federação das Indústrias do Estado da Bahia, Ricardo Alban, ao traçar um quadro das ações da instituição, em reunião realizada no último dia 17 com o diretor-presidente da Tribuna da Bahia, Walter Pinheiro.
 
Alban esteva acompanhado pelos primeiros vice-presidentes, Carlos Gantois (da própria Fieb) e Reginaldo Rossi (do Cieb-Centro das Indústrias do Estado da Bahia) e garantiu seu “propósito de buscar e ampliar parcerias com os  sindicatos patronais, demais federações (da Agricultura, do Comércio), Sebrae, universidades e, evidentemente, com o Governo do Estado”, no intuito de consolidar as ações da sua gestão à frente da Federação das Indústrias. Ele destacou a importância da gestão – “que não se mede por resultados e lucros” – em todos os setores da economia, defendendo, ainda, que “com foco na gestão os resultados logo aparecem”. O presidente mencionou, também, as dificuldades vividas pelos estaleiros navais no país, após a expectativa gerada pelas encomendas de 29 navios-sondas pela Sete Brasil, destacando o caso do Estaleiro Enseada, em Maragojipe.
 
A Sete é uma “joint venture” que tem como sócios a Petrobras, os bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander e vários fundos de pensão ligados ao governo, como Petros (Petrobras), Funcef (Caixa) e Previ (Banco do Brasil), entre outros, para construir e alugar sondas para exploração do pré-sal). Petroserv e OAS/Etesco deixaram o projeto de cinco sondas nos últimos dias e a Sete não tem conseguido saldar dívidas junto aos estaleiros. Frente a um “momento ruim para o mercado”, Alban mencionou, ainda, o alto preço da energia, notadamente para as empresas estabelecidas no Nordeste. Ele fez ver que, “além da Bahia, indústrias de Pernambuco, Alagoas e Ceará são diretamente afetadas pelo fim dos contratos [com a Chesf]”.
 
A propósito, fez referência à tramitação, no Congresso Nacional, da Medida Provisória 641, que busca solucionar a ameaça de suspensão do fornecimento para contratos com as eletrointensivas com vencimento em junho de 2015.  Ele mostrou preocupação, também, com a “queda no preço do petróleo, inclusive por refletir diretamente no setor da nafta no Polo Petroquímico de Camaçari”. No que tange à carência de mão de obra especializada, o presidente da Fieb disse que “os sindicatos têm sido a principal fonte” para obtenção de pessoal e questionou a falta de prioridade à educação no país: “Há muito mais um discurso retórico, político, que ações efetivas”, disse.

Nesse sentido, revelou a chegada a Salvador, nessa sexta-feira, de representantes da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) para conversações sobre a divisão do Senai em dois setores, com a criação do Senai Tecnologia. As discussões para implementar a iniciativa ocorrerão junto aos diretores do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), que integra o sistema Fieb.
“O Senai precisa crescer ainda mais, inclusive pela sua importância internacional e, notadamente, nos campos da inovação, tecnologia e pesquisa”, estipulou o presidente Ricardo Alban. Já o Cimantec, adiantou, terá sua versão industrial, a ser implementada também nos próximos dias.
 
“A iniciativa depende apenas da definição do arcabouço de competências”. Segundo ele, “a política de interiorização da Fieb depende da mudança dos vetores de desenvolvimento da indústria na Bahia”. O tema, conforme deixou transparecer, será colocado para o governador eleito, Rui Costa.

O diretor-presidente da Tribuna da Bahia, Walter Pinheiro, defendeu que a Fieb promova pesquisas no sentido de mensurar quais as maiores dificuldades das indústrias na Bahia, seja no âmbito da burocracia ou nas carências de mão de obra. Ex-diretor-financeiro da Fieb durante a gestão de Ulisses Barbosa, Walter Pinheiro propôs, ainda, “uma maior integração da entidade com as universidades, em que pese a preponderância das áreas de ciência e tecnologia para o setor produtivo nacional”.