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Geral

13 de Janeiro de 2016

Dessalinização da Água do Mar

O consumo de água doce no mundo cresce a um ritmo superior ao do crescimento da população, restando, como uma das saídas, a produção de água doce, retirando-a do mar ou das águas salobras dos açudes e poços. Nos oceanos esta é a principal solução para o atendimento das futuras demandas de água doce, já que são possuidores de 95,5% da água existente no Globo Terrestre.
 
Atualmente muitos países e cidades estão se abastecendo totalmente de água doce extraída da água salgada do mar que, embora ainda a custos elevados, se apresenta como a única alternativa, concorrendo com o transporte em navios tanques, barcaças e outros.  O uso das fontes alternativas de energia, como a eólica e a solar, apresentam-se como uma solução para viabilizar a dessalinização no nosso semi-árido, visando o consumo humano e animal e a micro-irrigação, o que propiciaria melhores condições para a fixação do homem no meio rural.
 
O Nordeste é caracterizado por condições semi-áridas, com baixa precipitação pluviométrica e por um solo predominantemente cristalino, que favorece a salinização dos lençóis freáticos. Até agora as iniciativas se restringiram a soluções paliativas, como a construção de açudes e a utilização de carros pipa. A dessalinização de água através de osmose inversa apresenta-se como uma ótima alternativa, uma vez que possui um menor custo quando comparado com outros sistemas de dessalinização.
 
Além de retirar o sal da água, este sistema permite ainda eliminar vírus, bactérias e fungos, melhorando a qualidade de vida da população interiorana.  A integração com a energia eólica faz-se necessária devido ao baixo índice de eletrificação rural da região, tornando o sistema autônomo. Será utilizada uma turbina de 1.5 KW que irá fornecer eletricidade alternadamente para a bomba de captação de água do poço.
 
Dessalinização/histórico - Em 1928 foi instalado em Curaçao uma estação dessalinizadora pelo processo da destilação artificial, com uma produção diária de 50 m3 de água potável. Nos Estados Unidos, as primeiras iniciativas para o aproveitamento da água do mar datam de 1952, quando o Congresso aprovou Lei cuja finalidade seria criar meios que permitissem reduzir o custo da dessalinização da água do mar.
 
O Chile foi um dos países pioneiros na utilização da destilação solar, construindo o seu primeiro destilador em 1961. Em 1964 entrou em funcionamento o alambique solar de Syni, ilha grega do Mar Egeu, considerado o maior da época, destinado a abastecer de água potável a sua população de 30 mil habitantes. A Grã-Bretanha, em 1965, produzia 74% de água doce que se dessalinizava no mundo, num total aproximado de 190 mil m3 por dia.
 
No Brasil, as primeiras experiências com destilação solar foram realizadas em 1970, sob os auspícios do ITA-Instituto Tecnológico da Aeronáutica. Em 1971 as instalações de Curaçao foram ampliadas para produzir 20 mil m3 por dia. Em 1987 a Petrobrás iniciou o seu programa de dessalinização de água do mar para atender às suas plataformas marítimas, usando o processo da osmose reversa (processo usado pioneiramente no Brasil, em terras baianas, para dessalinizar água salobra em povoados de Feira de Santana, Ipiara).
 
Atualmente existem 7,5 mil usinas em operação no Golfo Pérsico, Espanha, Malta, Austrália e Caribe convertendo 4,8 bilhões de metros cúbicos de água salgada em água doce, por ano. O custo, ainda alto, está em torno de US$ 2,00 o metro cúbico. As grandes usinas, semelhantes às refinarias de petróleo, encontram-se no Kuwait, Curaçao, Aruba, Guermesey e Gibraltar, abastecendo-os totalmente com água doce retirada do mar.