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12 de Junho de 2015
Deputados irão à Petrobras cobrar retomada de investimentos
Deputados farão visita técnica à Petrobras, no Rio de Janeiro, para cobrar o resgate dos compromissos socioeconômicos da estatal. A decisão foi tomada, nesta quinta-feira (11), após a ausência do presidente da estatal, Aldemir Bendine, na audiência pública da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados que debateu os impactos da Operação Lava Jato na atividade econômica do País. Os parlamentares estão preocupados com a redução dos investimentos da Petrobras e a consequente crise gerada em empresas com as quais a estatal mantém contratos. O desemprego é um dos reflexos, com cerca de 14 mil demitidos só na indústria naval.
O relator da subcomissão especial da Lava Jato, deputado Valtenir Pereira (Pros-MT), exigiu respostas formais da estatal. "Queremos um diálogo com o presidente da Petrobras e não esse empurra-empurra com a barriga como está acontecendo. Fizemos o convite, mas ele não veio”, comentou Pereira. “Então, vamos inverter: visita técnica à sede da estatal, em formato de mesa redonda, para fazermos esse debate lá mesmo”, completou. A ida à Petrobras deve ser no dia 19. Além dos deputados e da cúpula da estatal, a mesa redonda contará com representantes dos trabalhadores e das indústrias naval e da construção civil.
Crítica ao governo - A falta de respostas concretas da Petrobras para os problemas socioeconômicos gerados pela Lava Jato também incomoda o presidente da Comissão de Fiscalização Financeira, deputado Vicente Candido (PT-SP).
"Aqui vai uma crítica ao governo do meu partido: não tivemos a 'sala de crise' para tratar a crise, de um lado, e a vida real, do outro lado, em relação ao crescimento econômico, aos programas sociais e aos investimentos”, declarou. “Parece que o Brasil se resumiu só na questão da Lava Jato, mas há uma outra agenda", emendou Candido.
Justificativa da Petrobras - Na audiência pública sobre os impactos da operação Lava Jato na economia, o gerente-executivo da Petrobras, Ivanildo de Almeida e Silva, disse que o aumento do desemprego no setor não tem relação direta com a Lava Jato. Representando a estatal, ele reiterou que o prejuízo da estatal com pagamentos indevidos apurados na Lava Jato chegaram a R$ 6,2 bilhões, porém frisou que nenhum contrato foi rescindido em decorrência da operação da Polícia Federal.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção da Bahia (SINDUSCON-BA), Carlos Henrique Passos, que também falou na audiência, contestou a fala do gerente-executivo da estatal. “Estamos falando da perda de emprego por paralisação de investimentos e não por encerramento de contratos", sustentou. Conforme o sindicalista, 22 mil vagas formais de emprego foram reduzidas na construção civil, só na Bahia, nos últimos meses.