Notícias
Setor da Construção
30 de Novembro de 2015
Défict habitacional depende de programa de Estado para ser equalizado
O histórico déficit habitacional brasileiro envolve hoje demanda por 5,2 milhões de moradias. Amenizado em parte pelo Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que já entregou mais de 2,5 milhões de unidades desde março de 2009, ainda é um desafio importante para o Brasil e há muito para avançar. A indústria da construção, representada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), defende o fortalecimento das ações que resgatem essa dívida social, que devem ser aglutinadas em um programa de Estado que proporcione moradia digna e acessível à população.
Hoje, o MCMV ocupa esse espaço e garante que a população tenha acesso à casa própria, compatibilizando o custo da construção com a capacidade de pagamento das famílias. Para isso, o programa prevê taxas de juros reduzidas, descontos financeiros e menor impacto como os dos custos acessórios aos financiamentos seguros e taxa de administração do agente financeiro. Além disso, o MCMV é um grande gerador de empregos e importante indutor do setor da construção. Para que mantenha sua eficácia, há necessidade da previsão de recursos financeiros, onerosos e não onerosos; com previsão de curto, médio e longo prazos.
Equacionadas essas duas variáveis, nosso setor já demonstrou capacidade empresarial para atender as metas governamentais. Já foram contratadas mais de 4 milhões de unidades em todo o País com recursos de mais de R$ 276,5 bilhões, contribuindo para a geração de emprego e renda que responde por em torno de 25% da mão de obra contratada pelo setor de edificações. O MCMV é um programa que tem efeito multiplicativo sobre a economia brasileira, na geração de renda, emprego e tributos, bem como na saúde e qualidade de vida da população.
O programa é fundamental para as construtoras por atender justamente a faixa de mercado com maior demanda por imóveis do País. O maior desafio das construtoras que atuam no MCMV, em sua maioria de pequeno e médio porte é aumentar a produtividade e conseguir equacionar os custos, o que só é possível se houver um horizonte de negócios mais longo do que o acenado atualmente, que permita a projeção de novos investimentos. Além disso, é decisiva a previsão da atualização dos parâmetros do programa, assim como da própria atualização periódica dos valores contratados, no sentido de criar uma sistemática que dê segurança às empresas, reduzindo riscos e, portanto, custos.
O mercado de habitação social e de imóveis econômicos tem espaço para crescer ainda mais. Existe demanda por habitação e empresas especializadas dispostas a investir em tecnologia que garantam maior produtividade. A racionalidade nas várias etapas da construção é fundamental para que as empresas não tenham prejuízos no MCMV, uma vez que o valor contratado sempre tem um teto e as margens são reduzidas. (Artigo de Carlos Henrique Passos, presidente do SINDUSCON-BA para o CBIC Mais # 21, 27.11.15)