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Geral

12 de Março de 2015

Crise afeta empresas baianas

Os problemas enfrentados pela Petrobras têm refletido na Bahia. De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (SINDUSCON-BA), a redução de investimento, por parte da empresa brasileira vem causando crise na Bahia, iniciada em 2012, antes do início da investigação sobre corrupção, renúncia de diretores e queda das ações. Em linhas gerais, de 2012 a 2014, cerca de oito empresas baianas que prestavam serviço para a Petrobras foram fechadas e 1420 empregados demitidos da refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde.   
 
Conforme a Polícia Federal (PF), a Operação Lava Jato indicou que a Petrobras contratava empreiteiras por licitações fraudadas, que combinaria entre si qual delas seria a vencedora da licitação e superfaturavam o valor da obra. Parte desse dinheiro era desviada para pagar propinas a diretores da estatal, que, em troca, aprovariam os contratos superfaturados. A revelação do esquema reverteu-se em diferentes problemas para a empresa, inclusive sobe e desce de ações e queda do preço do petróleo.  Enfrentando diferentes processos, a Petrobras apresentou perda de R$ 90 bilhões, o que teria sido refletido em empresas e funcionários de construtoras.
 
A crise da maior empresa do Brasil está mexendo com os empregos e a vida de cidades inteiras, de norte a sul do país. Paralisações, salários atrasados e falta de pagamento de outras obrigações trabalhistas são alguns dos problemas enfrentados. O presidente do SINDUSCON-BA, Carlos Henrique de Oliveira Passos, afirma que os problemas enfrentados pelas empresas que prestam serviços à Petrobras na Bahia, começaram antes da operação Lava Jato. “Desde 2012, que a Petrobras tem reduzido os investimentos e o setor de obras indústrias tem enfrentado dificuldades. É claro que, com a Lava Jato a situação se agravou, mas os problemas já ocorriam”, disse.
 
Segundo ele, as demissões Aconteceram em um período de apenas dois anos. “A base maior de obra da Petrobras é na refinaria de São Francisco do Conde. Podemos dizer que em 2012 a refinaria tinha 2.100 empregados e em 2014, este número reduziu para 680”, afirmou, ressaltando que os problemas financeiros da empresa brasileira podem ter motivado a redução dos investimentos. “Pelo cenário que acompanhamos, podemos arriscar que a Petrobras já vinha enfrentando uma situação de escassez de recursos e, diante da questão financeira, não pode mais adiar a redução dos investimentos”, disse.  Para este ano, Passos espera que haverá novas contratações até o final do semestre, mas não garante melhorias no cenário. “Haverá contratações, mas não na ordem de investimentos e sim de manutenção”, esclareceu.