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Setor da Construção
28 de Setembro de 2015
Cortes no PAC e Minha Casa Minha Vida afetam confiança da construção
A confiança dos empresários da construção civil registrou queda expressiva em setembro, por causa do corte dos investimentos no Minha Casa, Minha Vida e no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), conforme sondagem mensal da Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança da Construção caiu 6,5% em setembro, ficando em 65,9 pontos, a maior queda desde março, quando recuou 9,1%. No acumulado anual, o recuo foi de 31%.
“Até agosto, os resultados da sondagem apontavam uma desaceleração da queda da confiança, parecendo indicar que o setor estaria mais próximo do fundo do poço. O resultado de setembro surpreendeu ao mostrar uma retração ainda mais severa na atividade corrente das empresas, e que ainda deve se refletir em indicadores como PIB e emprego”, avalia Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da Construção da FGV/Ibre.
A forte queda do índice decorreu principalmente do indicador que mede o estado atual dos negócios das empresas: o Índice da Situação Atual (ISA) cedeu 11,2%, para 49,4 pontos, o menor nível da série histórica. O Índice de Expectativas cedeu 3,5%, se situando em 82,4 pontos. Segundo a FGV, o cenário atual do setor é retrato do fim do ciclo imobiliário, que foi agravado principalmente pelo corte de investimento que atingiu os dois principais programas governamentais. A questão financeira é um agravante do cenário setorial.
Em setembro, 47 % das empresas sinalizaram que está mais difícil conseguir crédito para seus projetos no momento. Há um ano, esse percentual era 22,5%. No caso das expectativas, o quesito que mais contribuiu para queda foi o que mede as perspectivas em relação à evolução da situação dos negócios para os próximos seis meses, com decréscimo de 3,5% entre agosto e setembro. A edição de setembro de 2015 coletou informações de 7 21 empresas entre os dias 2 e 23 deste mês.