CBIC lidera debate sobre qualidade do gasto público e investimento

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o gasto público foram os temas centrais do seminário "Investimentos em infraestrutura e seus impactos", realizado ontem (6) na Câmara dos Deputados para discutir a qualidade do gasto público no Brasil e soluções que tornem possível a recuperação da capacidade de investimentos no país. Promovido pela CBIC em parceria com o SENAI, o evento apresentou e discutiu os estudos preparados a pedido pelos economistas Gil Castello Branco, da ONG Contas Abertas; Cláudio Frischtak, da Inter.B; e Raul Velloso. "Gastamos pouco e ainda gastamos mal, porque não tem eficiência na hora da aplicação", afirmou José Carlos Martins, presidente da CBIC.
 
Segundo ele, uma das principais conclusões dos levantamentos é a necessidade de maior eficiência na execução das obras de infraestrutura e a conveniência de uma maior clareza nos papéis de cada ator: "O Estado planeja, provê e regula. A iniciativa privada faz". Os estudos constataram que as obras que alcançaram maior execução estavam nos segmentos que passaram por concessões, com intervenção da iniciativa privada. Conforme os dados apresentados, obstáculos burocráticos foram um dos grandes motivos do atraso. Houve um aumento médio nos custos de 49% e de 106% no prazo médio de conclusão das obras.  Apenas 37,3 % das ações previstas no PAC foram concluídas.
 
O presidente da Comissão de Obras Públicas, Privatizações e Concessões (COP), Carlos Eduardo Lima Jorge, afirmou que "o momento é de contribuição para uma retomada de crescimento não só na nossa área [setor da construção civil], mas em todo o país". Empresários e dirigentes da construção acompanharam o debate, que contou com a presença de deputados e senadores.