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Economia
17 de Abril de 2015
Caixa volta a elevar juros de financiamento da casa própria
Os juros para o financiamento da casa própria através da Caixa Econômica Federal, entidade financeira que concentra 70% das operações do tipo no Brasil, subiram pela segunda vez neste ano. A entidade financeira informou, ontem (16), que desde o início desta semana, as taxas de financiamento cobradas pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), com recursos das aplicações financeiras na poupança, ficaram 0,3 ponto percentual mais caras. Segundo a Caixa, o aumento, que atinge a modalidade responsável pela maioria dos contratos firmados no país, é reflexo do aumento da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 12,75% ao ano. Os recursos do SFH são utilizados para operações de crédito de até R$ 750 mil, no caso das capitais de estado, como Salvador, e de R$ 650 mil para as demais cidades.
Em nota, o banco público informou que as operações do programa habitacional Minha Casa Minha Vida não sofreram aumento. A medida não afeta os contratos assinados antes de 13 de abril. As condições para os contratos feitos por quem tem renda até R$ 5,4 mil e utiliza recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também permanecem inalteradas. Com o reajuste, as novas taxas máximas, ofertadas para os interessados em adquirir imóveis, mas não possuem contas na Caixa, passaram de 9,15% para 9,45% ao ano. Para os funcionários públicos que recebem os pagamentos de salários através do banco – que têm direito às menores taxas de financiamento oferecidas pela Caixa Econômica – a taxa de juros anual passou de 8,5% ao ano para 8,8%.
Entrada Maior - Outra mudança no Sistema Financeiro da Habitação é que o percentual que deve ser pago como entrada para o financiamento dos imóveis aumentou. Antes, o cliente que financiava na tabela SAC, aquela em que as parcelas são maiores no começo e diminuem com o tempo, podia financiar até 90% do imóvel. Agora, o limite é de 80%. Para quem usa a Tabela Price em seu financiamento, na qual as parcelas do financiamento são fixas, a fatia financiável do imóvel cai de 90% para 50%. A diferença terá que ser paga pelos clientes. A Caixa, assim como outros grandes bancos, tem se visto às voltas com escassez de recursos da poupança para financiar o crédito imobiliário. Isso tem forçado a instituição a captar recursos no mercado, via Letras do Crédito Imobiliário (LCI) e Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), para emprestar nessas linhas, segundo informações divulgadas pelo jornal Valor Econômico. O uso desses papéis aumenta o custo de captação do banco e, portanto, pressiona a taxa de juros. O aumento na taxa de juros ajuda a desacelerar a demanda por crédito, o que diminui a pressão sobre a capacidade de poupança do banco.
Na nota em que justificou o aumento, “realizado por motivo do aumento das taxas básicas de juros”, a Caixa afirmou que o crédito imobiliário para imóveis enquadrados no SFH vai continuar a ser oferecido com taxas abaixo das praticadas pelo mercado. Em janeiro, a Caixa elevou as taxas de todos os financiamentos para pessoas com renda acima de R$ 5,4 mil. Os juros cobrados para a compra de imóveis acima de R$ 750 mil passaram de 9,2% ao ano para 11%, no caso de compradores que não são clientes do banco. A justificativa para o aumento em janeiro foi a mesma de agora: adequar as linhas de crédito à alta na taxa básica de juros da economia (Selic). Antes de janeiro, os juros do banco tinham ficado congelados por todo o ano de 2014.