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20 de Maio de 2015

Brasil e China fecham 35 acordos, com ênfase em infraestrutura

A presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro Li Keqiang assinaram ontem (19) 35 acordos bilaterais que têm forte impacto político, mas sem deixar claro quanto a China efetivamente investirá no Brasil ao longo dos próximos anos. Boa parte dos anúncios simboliza ainda intenções de investimentos, que dependem de estudos e licitações. Mesmo com essas condicionantes, o pacote de US$ 53 bilhões trazido pelos chineses celebrado como um trunfo pelo governo brasileiro, que busca reverter o ambiente de pessimismo com a economia.

"Queremos consolidar a relação com a China, com base não só nas nossas vantagens comparativas em commodities, mas abrindo novas áreas", disse Dilma. Ela citou, em todos os eventos dos quais participou, a construção de uma ferrovia transoceânica ligando o Brasil ao Peru, um empreendimento de 4,7 mil quilômetros de extensão. Um estudo de viabilidade do projeto, bancado pela China, deve ficar pronto em maio de 2016.
 
Foram firmados acordos entre a estatal Eletrobras e a China Three Gorges Corporation, que assinalam a intenção de negociar parcerias em futuro leilão - no caso, o da mega usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós (PA). Ainda no setor elétrico Dilma e Li lançaram a pedra fundamental das obras da linha de transmissão - erguida pela chinesa State Grid com as brasileiras Furnas e Eletronorte – que escoará energia da usina de Belo Monte para centros consumidores da região Sudeste. Os acordos envolvem o financiamento de US$ 50 bilhões do banco estatal ICBC em uma lista de setores prioritários: ferrovias, rodovias, portos, aeroportos, energias renováveis e habitação. Ficou definido que a Caixa Econômica Federal (CEF) atuará como estruturadora e gestora dos recursos.

De última hora, Li fez uma sugestão inesperada a Dilma: a criação de um fundo bilateral de cooperação produtiva, da ordem de US$ 20 bilhões, também com foco em investimentos produtivos e de infraestrutura. O assunto não havia sido discutido previamente pelos técnicos do governo e ninguém se atreveu a entrar em detalhes. Para o secretário de assuntos internacionais do Ministério do Planejamento, Cláudio Puty, todo esse dinheiro anunciado pela delegação chinesa sinaliza que há oportunidades rentáveis no Brasil.