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15 de Maio de 2015
Boatos no governo travam votação de outorga onerosa na Câmara
O governo terá de enfrentar a boataria dentro da própria base - além do apoio de parte da oposição - para conseguir votar, com tranquilidade, o projeto que modifica os valores referentes à outorga onerosa e decide o futuro do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Fundurbs). Os projetos estão há um passo de sobrestar a pauta da Câmara Municipal de Salvador (CMS) e oposição e governo ainda travam embates. Nos corredores, uma suposta promessa de "bonificação", vinda de grandes empresas, de R$ 350 mil para divisão entre os favoráveis a aprovar a matéria causa ciúmes entre os vereadores.
Em público, entretanto, nenhum representante do legislativo soteropolitano admite as "fofocas". Como não foi realizada sessão na quarta-feira (13), ainda resta uma oportunidade antes do tema sobrestar a pauta, quando uma matéria trava as votações. A expectiva inicial é que, a partir da próxima segunda (18), a discussão volte a ganhar contornos de acirramento, após o próprio Executivo recuar e retirar a urgência da matéria, ainda em 2014.
Vice-líder do prefeito ACM Neto na Casa, Henrique Carballal (sem partido), disse que está “tranquilo” em relação aos projetos. “Estamos tranquilos não só para este, mas como para todos os outros. Se for quórum simples (22 votos), melhor ainda. Mas se for qualificado (29), vamos precisar fazer mais algumas negociações”, afirmou, ao admitir que a saída do PTN da base criou este empecilho. Líder do PCdoB na Casa Legislativa, Aladilce Souza discorda de Carballal. “Eu acho que eles não têm ainda garantia da aprovação”, apostou. “Questionamos o projeto em si. A outorga onerosa altera o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e não pode ser votado assim.
Além disso, a outorga mexe com coisas muito sérias, como Transcons e o Fundurbs. Se o Fundurbs estivesse em pleno funcionamento, talvez, as obras nas encostas estariam feitas”, disse. Há rumores ainda de que vereadores de oposição estariam “chateados” com a articulação do governo Rui Costa e tentam impedir a aprovação da alteração na outorga. Desde janeiro deste ano, mais de 11 mil postos de trabalho na capital baiana foram extintos e, com a mudança no cálculo da outorga, a tendência é que o mercado da construção civil reaqueça, com a expectativa de que novos empregos voltem a ser gerados, diminuindo a insatisfação da população com o governo.