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Economia
05 de Março de 2015
BC sobe juros mais uma vez, apesar da retração econômica
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mais uma vez agiu conforme o previsto e elevou em meio ponto percentual a taxa referencial de juros, a Selic, para 12,75%. O que ainda gera dúvidas cada vez mais fortes é em relação à eficácia da política monetária restritiva sobre a inflação, que não para de subir, mesmo com o ciclo de aperto monetário que desde setembro passado elevou os juros em 1,75 ponto percentual. A decisão foi unânime, de acordo com o comunicado divulgado pela autoridade monetária. “Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50 p.p., para 12,75% a.a., sem viés”.
Unânimes também foram as críticas das entidades do setor produtivo. Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a decisão de aumentar a taxa Selic pela quarta vez consecutiva é incompatível com o quadro de recessão da economia. Para a Firjan, o ajuste fiscal “feito por meio de aumento da carga tributária e corte dos investimentos públicos é nocivo ao crescimento no longo prazo e não é viável na atual conjuntura econômica e política”. O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Rogerio Amato, afirma que a decisão do BC contribui para desacelerar ainda mais a economia. “Todos os indicadores de desempenho das empresas mostram que a economia está fraca e caminhando para a recessão. A combinação de aumento de impostos e tarifaço e juros elevados deve agravar a tendência de desaceleração, com reflexo negativo sobre o emprego e a renda”.