Atrasos no Minha Casa Minha Vida podem levar a onda de desemprego

O atraso no pagamento das obras do Minha Casa Minha Vida poderá ter impactos significativos na redução de emprego no setor caso a situação não se regularize. Segundo o presidente do SINDUSCON-BA, Carlos Henrique Passos, estão pagas as faturas vencidas até 14 de abril, um atraso de um mês e cinco dias. Conforme acordo com o Governo, os pagamentos às construtoras devem ser efetuados 15 dias após a entrega das medições.

A prática anterior era do pagamento em 48 horas. "O problema é que o governo tem feito pagamentos semanais com montantes cada vez menores, o que tem deixado para trás volumes crescentes. Já alcançamos 50 dias de atraso e quem não tiver capital de giro terá que reduzir ou paralisar obras. Isto representa mais demissões", disse.
 
Os atrasos vêm ocorrendo com maior frequência desde novembro de 2014, e a partir de dezembro de 2014 as demissões foram aceleradas, não apenas pelos atrasos mas também por encerramento de obras. “Após as frustrações das ultimas duas semanas, quando os recursos repassados foram suficientes para pagar faturas vencidas de quatro dias de abril, o setor mostra-se apreensivo quanto ao comportamento do Governo para a próxima semana: pois sendo a ultima do mês, tem sido comum "empurrar" o pagamento para o mês seguinte, de sorte a fechar o mês com melhor resultado fiscal”, destaca Carlos Henrique Passos. É justamente na última dezena de cada mês que as empresas concentram grande parte de seus pagamentos com impostos, com o próprio governo federal, folha de pagamento e fornecedores.