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Economia

01 de Junho de 2015

Após estímulo do governo, bancos devem reduzir juros da casa própria

O volume de crédito concedido para a compra da casa própria deve aumentar e os juros dos financiamentos desta operação podem cair em função das novas regras de estímulo ao setor imobiliário definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na quinta-feira (28/05). Entre as medidas anunciadas, a de maior impacto é a liberação de R$ 22,5 bilhões do depósito compulsório sobre a poupança, fatia dos recursos captados pelas instituições financeiras via caderneta de poupança e que fica parada no Banco Central. No Brasil, o financiamento habitacional é feito majoritariamente com os recursos da poupança que, neste ano, apresenta maior volume de saques que de depósitos.
 
O Bradesco afirmou que estuda reduzir os juros no crédito imobiliário com recursos da poupança na tentativa de rentabilizar os R$ 4 bilhões que terá de folga de capital com as novas regras, segundo Domingos Figueiredo de Abreu, diretor vice-presidente do banco. A taxa mínima cobrada nas linhas do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), conforme Abreu, é de 9,8%.  Já a Caixa Econômica Federal calcula que as medidas de incentivo tenham impacto de R$ 10 bilhões. “As iniciativas vão viabilizar o financiamento expressivo de unidades habitacionais por parte das instituições financeiras, com efeito positivo na comercialização do atual estoque de imóveis”, destacou o banco, em nota.
 
Líder no segmento de financiamento imobiliário, a Caixa, pressionada pela perda de recursos da poupança, restringiu os empréstimos para a compra da casa própria, financiando no máximo metade do valor no caso de imóveis usados. Além disso, aumentou os juros por duas vezes. O Banco do Brasil informou que ainda avalia as medidas anunciadas pelo CMN. O BB, embora tenha seguido a Caixa e elevado os juros no crédito imobiliário, é um ponto fora da curva neste segmento. Por ter entrado mais tardiamente neste setor, adootou mudanças nas condições, mas, ao contrário dos demais bancos, foram para facilitar a contratação de crédito. O banco, que financia até 80% do valor do imóvel, ampliou o prazo de 360 para 420 meses, aumentou as possibilidades de escolha dos sistemas de financiamento e ainda implantou uma metodologia de flexibilização de taxas de juros.