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10 de Agosto de 2015

Ajuste fiscal é travessia para o novo modelo desenvolvimentista, diz Unger

O Brasil passa por um momento de transição, pós-ajuste fiscal, rumo a um novo modelo de desenvolvimento, que será marcado pela democratização do setor produtivo, qualificação do ensino básico, com a criação de um currículo nacional, e o estímulo à média empresa de vanguarda. A afirmação é do ministro Mangabeira Unger, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, que corre o País para coletar dados para o projeto que virá após o ajuste fiscal. É a segunda vez que ele ocupa o cargo, onde esteve durante o governo Lula.
 
Otimista, Unger vê um País que, independente das disputas políticas que rondam a capital federal, "já começou a se reinventar". O professor de Filosofia na Universidade de Harvard (EUA) é hoje responsável por conceber um novo caminho de desenvolvimento para o país, e defende o ajuste fiscal apenas "como um meio para algo muito maior". "O ministro [Joaquim] Levy, da Fazenda, está fazendo o que é necessário neste momento. Mas isso não pode ser um fim em si, mas um meio para que possamos criar uma nova concepção de Estado, baseada na educação e na democratização do setor produtivo, com ênfase no empreendedor de vanguarda, capaz de olhar para a frente e produzir as mudanças que necessitamos no nosso processo produtivo", afirma o ministro.
 
De acordo com o ministro, que assume pela segunda vez a pasta de Assuntos Estratégicos, as medidas econômicas adotadas nos últimos meses permitirão que o País se torne mais autônomo e tenha espaço de manobra para consolidar uma outra política de desenvolvimento, assentada na produção industrial, no cooperativismo e em um ambiente de negócios propício ao produtivismo inovador. "A necessidade é a mãe da invenção. Agora, sim, na hora do aperto fiscal, da queda econômica e da confusão política, podemos começar a persuadir o Brasil a se reinventar. Essa é a hora, esse é o momento mágico da transformação estrutural", acredita Unger.