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26 de Novembro de 2014

Agenda Bahia: desafio do Brasil é o de melhorar qualidade da educação

O retrato da família formada pelo porteiro André, pela doméstica Cleuza e suas duas filhas é o reflexo do Brasil em 2014, apresentado pelo professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral (FDC) no seminário Agenda Bahia, ontem (25).  A família, da nova classe média, tem renda mensal de R$ 2,9 mil, e recentemente foi incluída no mercado de consumo, com casa quitada e carro zero.

Acomodados pelas conquistas do presente, André e sua mulher deixaram de lutar pelo futuro. O  casal saiu do distrito de Girú, município de Joaíma (MG), para tentar vida melhor em Belo Horizonte. Neto de escravos que chegaram a Minas fugindo da seca do sertão baiano, ele declarou ao palestrante que a educação das filhas não é responsabilidade dele ou da mulher. 

A menina mais velha, Silvia, estuda em uma escola da periferia de Belo Horizonte, fez Enem este ano e foi mal em tudo, chegando a zerar a prova de língua estrangeira.
 
Arruda acompanha a vida da família de André há anos, com entrevistas periódicas e constata que, devido à educação de baixa qualidade, o futuro de Silvia e da irmã está comprometido.

E elas no máximo terão o mesmo tipo de emprego da mãe. Especializado em estudo das condições econômicas do Brasil, Arruda é o responsável por recolher os dados do país para a formulação do ranking mundial de competitividade do Institute of Management Development (IMD). “O Brasil não se prepara para o futuro.

E, assim como a família de André, não tem percepção disso”, disse. “A baixa produtividade do trabalhador é uma herança passada por toda a cadeia produtiva e por isso compromete toda a competitividade de um setor e não só da porta para dentro das empresas ou indústrias”, completou.