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Geral

02 de Dezembro de 2014

A competitividade da indústria no cenário atual

A partir do final do século passado, iniciou-se nos países desenvolvidos um processo de rápidas mudanças. Tem-se o início do que muitos pensadores denominaram III Revolução Industrial. Este novo cenário traduz-se por uma série de mudanças no campo social e econômico.

Essas mudanças têm trazido ameaça à sobrevivência das empresas industriais em boa parte do mundo, mas sobretudo nos países em desenvolvimento, a exemplo do Brasil, que se encontram marcadas pela cultura do repasse dos custos de um sistema operacional arcaico, pelo atraso tecnológico e pela baixa produtividade.
 
Nesse panorama, as empresas têm buscado novos caminhos de gestão, que garantam maior produtividade e competitividade. A competitividade de uma empresa se traduz em ter a máxima produtividade entre os seus concorrentes no mercado. Neste diapasão, a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico constituem a força motriz para o êxito deste intento.
 
A tecnologia só se materializa como benefício às organizações mediante à implementação de inovação tecnológica. As políticas públicas e privadas de incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico não podem ser confundidas com a inovação tecnológica, pois a inovação e a sua difusão podem não se efetivar naquele universo temporal ou espacial traçados por estas políticas. As políticas específicas de estimula à inovação tecnológica têm como objetivo garantir os desdobramentos da pesquisa científica e tecnológica, com vista ao desenvolvimento regional.
 
A competitividade tem como um dos pilares a tecnologia. Contudo, a tecnologia só resulta em vantagem competitiva com a sua inovação e difusão.

A inovação é também a adoção de novos processos de gestão. Nesse sentido assinalo que os avanços tecnológicos tornaram-se importantes, sobretudo nos segmentos das micro, pequenas e médias indústrias (MPMEs). De expressiva capilaridade, representando mais de 95% do universo das indústrias brasileiras. Essa faixa percentual aplica-se também para o setor industrial baiano.
 
As indústrias de menor porte carecem de apoio, com o maior aporte de linhas de financiamento em condições facilitadas e ágeis, recursos humanos capacitados, confiança em parceira de maior associativismo e informações de mercado que lhes possibilite o acesso à inovação tecnológica, como ferramenta para o incremento de sua produtividade e competividade.
 
Foi com base nesse cenário que o estimado presidente da FIEB, Carlos Gilberto Farias, realizou uma breve mas profícua gestão à frente dos destinos desta federação. Nessa empreitada estabeleceu, como objetivo maior, o fortalecimento das indústrias de menor porte, buscando incrementar a competitividade desse segmento industrial, priorizando a sua interiorização e possibilitando a médio e longo prazo, o aumento do PIB per capita e do IDH baiano.
Por conta disso apoiou o programa de desenvolvimento industrial, recentemente lançado na FIEB. Esse programa pretende, em parceria com o SEBRAE-BA, oferecer aporte de conhecimento às MPMEs, envolvendo aspectos como capacitação empresarial, qualificação profissional, inovação e tecnologia e incremento do associativismo.
 
Tais ações tornam-se imperiosas em face da atual desaceleração econômica e a perda de competitividade das indústrias brasileiras no atual cenário global, com riscos de uma desindustrialização e estagnação de nosso parque fabril. Para o enfrentamento desse quadro, faz-se necessário repensar o pacto federativo, com uma criteriosa reforma tributária, política, previdenciária e trabalhista, de modo a se conquistar a confiança do empresariado, permitindo a retomada do crescimento dos setores produtivos.
 
Carlos Gilberto Faria partiu dessa vida deixando saudades, ficou o compromisso de darmos prosseguimento aos seus projetos sob  a nova presidência do amigo e industrial Antônio Ricardo A. Alban, ao qual estamos unidos para construir uma FIEB mais forte e coesa. *Carlos Henrique Jorge Gantoi, vice-presidente da FIEB