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21 de Dezembro de 2015

2016 pode ter queda real de preço dos imóveis

Por muito tempo, e ainda hoje em dia, é comum ouvir em bate papos informais argumentos como "imóvel sempre valoriza" ou que "é sempre um bom negócio investir na compra de imóveis". No entanto, especialmente nos últimos anos, quedas reais – quando se desconta a inflação – e até nominais vêm sendo observadas, o que faz especialistas na área adotarem discursos mais cautelosos quanto ao investimento.
 
O economista da Fipe Bruno Oliva é um dos que compartilha do pensamento que o imóvel como tiro certeiro já não se sustenta. "A velha máxima está errada. Hoje em dia é complicado investir em imóvel", diz, acrescentando que a tendência de queda de preços deverá se manter em 2016. "Para o ano que vem se espera que os preços cheguem aos níveis de 2011 (...) não me surpreenderia que fechássemos o ano que vem com desvalorização nominal, com preços caindo, de fato".
 
Para ilustrar o cenário com números é interessante mencionar que no acumulado dos 11 meses de 2015 foi registrado um crescimento de 1,32% no valor dos imóveis. Isso representa queda real de 7,44% quando se leva em conta a inflação medida pelo IBGE (9,47%) no mesmo período. Os dados são do FipeZap, mensurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com a empresa Zap. Apesar da cautela, Oliva diz que ainda é possível se fazer bons negócios no ramo imobiliário. A última pesquisa trimestral do FipeZap,  mostrou que nos últimos 12 meses o desconto médio foi de 8,1%, fruto do imediatismo daqueles que precisam vender rapidamente o imóvel.
 
"O preço vai cair ainda mais. Quem não tiver pressa para comprar pode conseguir um valor muito bom se esperar mais", afirma o especialista. Há duas situações distintas que devem ser comparadas: comprar com o objetivo de morar ou adquirir o imóvel para revenda. No primeiro caso, não há o que se discutir, apenas "gastar a sola do sapato" para conseguir um bom preço. Já a segunda hipótese não é a mais indicada. "Comprar um imóvel hoje pensando em revender não é uma boa ideia. É muito mais difícil considerar um bom investimento com esse intuito do que era há seis anos [em um cenário de valorização]".