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17 de Junho de 2014
Temor de bolha no mercado de imóveis não tem fundamento
Desde que os preços dos imóveis começaram a subir expressivamente, em 2007, vemos pessoas ansiosas e até torcendo para que ocorra uma bolha no Brasil.
Há diagnósticos sobre o setor sem qualquer fundamento, pois comparam os preços de imóveis em Miami com os praticados no Brasil para justificar que os valores aqui são astronômicos.
O problema é que esses analistas esquecem que o preço atualmente em Miami representa 1/5 do valor que era praticado em 2008, ou seja, o preço lá é que está muito baixo.
Em 2007, se construía nos Estados Unidos sete vezes mais do que se constrói hoje, e os bancos emprestavam até mais de 100% do valor do imóvel dado em hipoteca, sendo que o crédito imobiliário era superior a 50% do PIB norte-americano.
No Brasil, a situação é totalmente diferente, pois o crédito imobiliário, em 2007, correspondia a 1% do PIB.
Entretanto, com a redução dos juros e a ampliação do prazo de financiamento, o crédito imobiliário já supera 5% do PIB.
Logicamente, ao quintuplicar o número de compradores, os preços, que estavam paralisados até 2005, subiram.
Os bancos brasileiros financiam, em média, 60% do preço do imóvel, e são mais rigorosos para emprestar, sendo mínima a inadimplência no setor, pois a alienação fiduciária a inibe.
O mutuário pode perder a propriedade com apenas oito meses de atraso.
O que gera a bolha é o crédito que permite a compra de um bem que a pessoa não tem condição de pagar.
Foi o que aconteceu nos EUA: a expansão do crédito provocou um endividamento excessivo.
Portanto, comparar Brasil e EUA não é muito lógico.
O crédito imobiliário no Brasil tem muito espaço para crescer, e os empréstimos são de boa qualidade.