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Setor da Construção
19 de Junho de 2017
Setor da construção consegue reduzir uso de madeira nas obras
Da redução nos canteiros de obra ao reaproveitamento, o uso sustentável da madeira é o foco de empresas do setor da construção civil.
Desde 2011, a construtora MRV traça estratégias para reduzir a quantidade de madeira nas obras feitas em Salvador. De lá para cá, o volume de material usado caiu cerca de 80%, segundo José Luiz Fonseca, gestor executivo de segurança, saúde e meio ambiente da empresa.
"A conscientização do uso sustentável do material passa pelo trabalho dos funcionários da empresa e colaboradores do setor. No canteiro, por exemplo, a madeira que foi colocada para escoar estruturas serve também para completar a barreira que isola a área da obra", diz o gestor.
Entre as estratégias da empresa, Fonseca destaca as parcerias com empresas que fazem a separação e reciclagem de madeira residual, que é triturada para gerar uma matriz energética.
Além disso, os pallets de madeira, usados nos canteiros de obra da MRV, são desenvolvidos para as empresas que forneceram os equipamentos.
Na hora da compra, a escolha por madeiras com classificações florestais é a opção da construtora para a garantia da origem ecologicamente sustentável.
"O nosso produto tem o selo do Cerflor, que segue normas brasileiras para o processo de produção e manejo da madeira", conta Fonseca.
O Cerflor é uma certificação brasileira que segue princípios, critérios e indicadores prescritos nas normas do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade e do Inmetro.
Exploração legal
Dentro da ideia de uso sustentável da madeira, os projetos da construção civil trabalham com madeiras exploradas de forma legal ou provenientes de áreas de reflorestamento.
Segundo a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), até 2020 o Brasil deverá dobrar o número de hectares de florestas plantadas, passando de sete milhões para 14 milhões.
"Não é proibido usar a madeira, mas ela precisa ter o certificado de origem. Especialmente no caso do eucalipto, presente em diversas estruturas da construção. É bom reforçar que existe a fiscalização do Ibama", conta Carlos Henrique Passos, presidente do SINDUSCON-BA.
As madeiras nativas de origem legal são de espécies que provêm do corte autorizado por órgãos ambientais competentes, além de possuírem o documento de licença de transporte e armazenamento.
Nos projetos que têm o objetivo de reduzir a presença da madeira, existem materiais substitutivos que, a depender da função, apresentam a mesma eficiência. De acordo com Passos, essa é a característica da atual vertente do setor.
"A estrutura do telhado e dos compensados feitos de madeira, por exemplo, estão sendo substituídos por armações metálicas. Historicamente, a construção civil tem diminuído o uso da madeira in natura", explica Passos.
Na Pituba, o terraço verde do prédio do SINDUSCON foi montado com estruturas feitas com plástico, que imitam textura e características visuais da madeira, por exemplo, a coloração do material.
"Foram utilizadas garrafas PET na composição dos materiais que foram usados nas estruturas do terraço", conta Thales de Azevedo Filho, engenheiro responsável pelo projeto do prédio.
Inaugurado há cerca de três anos, o prédio do SINDUSCON foi feito com o aproveitamento da madeira proveniente da desmontagem da antiga sede, que ficava no mesmo ponto atual.
Ao todo, 25% dos agregados da construção foram provenientes dos resíduos do processo de desmonte. Segundo Thales, das estruturas de madeira do prédio anterior, foram aproveitadas as esquadrias e as ripas.