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Mercado

13 de Novembro de 2017

Sete empreendimentos vão mexer com o mercado baiano

Os sete empreendimentos de classe média e média-alta que devem ser lançados brevemente em Salvador vão modificar o panorama do mercado imobiliário da cidade. Não apenas pela retomada dos lançamentos, após três anos de crise, mas pela diminuição do papel no setor da Caixa Econômica Federal, tradicional de imóveis, que começa a perder espaço para o Banco do Brasil e bancos privados nos segmentos de alto padrão.
 
“Esses novos empreendimentos saem pelo Plano Empresário, um programa que oferece recursos para a produção do imóvel e também para financiar a compra das unidades”, destaca o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), Cláudio Cunha.
 
O Plano Empresário, ou Empresa da Construção (PEC), a depender da instituição financeira, é uma modalidade de financiamento em que os bancos oferecem vantagens, como a contratação em módulos e a possibilidade de financiamento das unidades a partir do momento em que a obra atinge 80% de conclusão.
 
Segundo ele, os novos empreendimentos serão construídos na Graça, Barra, Armação e Cabula. “Os contratos com os bancos ainda estão sendo analisados”, disse Cunha, ao justificar porque não daria mais detalhes sobre os lançamentos.
 
A maioria desses empreendimentos deveria ter sido lançada durante a mais recente edição do Salão Imobiliário da Ademi, realizada no fim do mês passado, mas, por questões burocráticas e de acordo com os possíveis financiadores, os imóveis não figuraram no rol das atrações do evento.
 
Antigo defensor da redução de juros como forma de dinamizar o setor, o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon), Carlos Henrique Passos, vê agora um novo ambiente. “Só está faltando que as coisas aconteçam”, declara Passos.
 
Ele ressalta que com as taxas de juros em um patamar mais baixo e um nível de confiança na economia que, ele avalia, está em alta, as condições estão dadas para a retomada dos investimentos.
 
O diagnóstico e o discurso de que a crise no setor imobiliário está chegando ao fim estão presentes nas conversas de empresários dos setor desde o fim do primeiro semestre, quando começou-se a falar em uma recuperação gradual. A diferença agora é que pela primeira vez desde o início da crise o mercado baiano se prepara para o lançamento quase simultâneo de sete empreendimentos de classe média e classe média-alta.
 
“É a questão dos estoques (de apartamentos novos), que estão zerados”, afirma Cunha. No ápice da crise, Salvador chegou a ter mais de sete mil unidades fechadas, à espera de um comprador, entre residenciais e salas comerciais.
 
A notícia sobre os novos empreendimentos na capital sai na mesma semana em que a Caixa Econômica Federal anunciou a garantia de crédito para os contratos que já haviam sido assinados antes que o teto de financiamento de imóveis usados subisse de 50% para 80% do total do imóvel.
 
E também o redirecionamento de R$ 8,7 bilhões em recursos para o financiamento de imóveis para famílias com renda bruta de até R$ 4 mil, especialmente no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
 
Em nota, a Caixa declarou que, com essa medida, deve ter recursos suficientes para normalizar o ritmo de contratações do MCMV.