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Economia
10 de Julho de 2014
Renda e crédito desaceleram e impedem reação do consumo
A renda disponível para o consumo diminuiu e o crédito está contido. Nos últimos 12 meses, a confiança do consumidor recuou 10 pontos e estacionou no menor patamar desde o início de 2009, auge da crise financeira mundial sobre a economia brasileira.
Mais do que o pessimismo, a desaceleração da massa de salários e o menor crescimento do crédito para as pessoas físicas estão afetando o resultado do varejo.
O crescimento da massa salarial em 12 meses recuou de 5,2% para 2,8%.
O ritmo de expansão do crédito cedeu de 10% para 6%.
Como as razões são objetivas, economistas não esperam reação do consumidor, apesar das medidas recentes adotadas pelo governo, como a manutenção do IPI para veículos.
O diretor de Estudos e Políticas do Ipea, Claudio Hamilton, avalia que o consumo diminuiu por duas principais razões: o consumidor está mais endividado - e um dos motivos é o financiamento habitacional - e o aumento do preço dos serviços afetou o orçamento das famílias.
"O crédito habitacional continua crescendo na faixa de 30% ao ano, enquanto o crédito para aquisição de outros bens desacelerou". "Com a aquisição da casa própria, as famílias fazem um esforço de poupança, mas isso também afeta a renda que poderia ser usada para o consumo de outros bens", acrescenta.