Notícias
Mercado
13 de Agosto de 2014
Preço dos imóveis e bolhas financeiras
Mais linhas de crédito, queda dos juros e aumento da renda da população foram os fatores que impulsionaram a alta do preço dos imóveis no Brasil nos anos recentes.
O Boletim Regional do Banco Central de abril de 2014, ao analisar o mercado de SP, comparou os índices gerais de valorização imobiliária com os indicadores que refletem o custo da construção.
Em todos os anos entre 2006 e 2013, o IVG-R teve alta superior ao Índice Nacional de Custo da Construção.
O aumento acumulado no período foi de 3,6 vezes. Já a variação do INCC não chegou a dobrar, limitando a valorização em 70%.
Uma das conclusões é que a prática de comprar um imóvel na planta, arcar com as despesas e vender depois proporcionou lucros.
A relativa facilidade com que essa estratégia de investimento pode ser posta em prática provoca a discussão sobre a existência de uma bolha no mercado.
E nos momentos em que os preços deixam de subir, como agora, o desconforto se acentua.
O BC está atento ao risco no setor imobiliário. No Relatório de Estabilidade Financeira de março de 2014, um estudo concluiu que os riscos são bem pequenos.
A premissa é que a relação entre o montante dos financiamentos habitacionais e o valor de mercado dos imóveis é baixa. Dessa forma, o risco de uma crise mais séria é muito reduzido.
No caso de aumento generalizado da inadimplência, avalia o BC, as garantias bancárias seriam suficientes para cobrir prejuízos, mesmo com uma queda mais acentuada dos preços.
Outra razão para descartar a hipótese de bolha é o aumento da renda média da população.
Os dados do BC apontam para o aumento sistemático da massa salarial desde 2006, sempre acima de 9% ao ano.