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20 de Julho de 2020
Pacote de medidas e programa habitacional vão impulsionar setor imobiliário
As medidas da Caixa Econômica Federal para impulsionar o mercado imobiliário são vistas com bons olhos e no tempo certo para o setor da construção civil e para sociedade que almeja adquirir um imóvel neste período de pandemia do coronavírus, segundo o diretor de Relações Institucionais do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia – Sinduscon-BA, Carlos Henrique Passos e vice-presidente da Área de Habitação de Interesse Social (CHIS) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) durante entrevista ao Radar Imobiliário, na rádio Metrópole, no sábado (18).
Desde março, o banco anuncia formas de minimizar os efeitos tanto para quem produz os imóveis como para as famílias que possuem financiamento ou desejam contratar um crédito. Depois do agronegócio, a construção civil é o setor menos afetado pela crise sanitária, inclusive realizando contratações durante esse período.
A última alteração anunciada no começo deste mês favorece a vinda de novos empreendimentos e consequentemente promove a geração de emprego e renda para movimentar a economia e a expectativa é que o mercado continue sendo sustentado por razões próprias, disse Passos.
Dentro do pacote estão a implementação do registro eletrônico de escrituras para contratos vinculados a empreendimentos financiados na instituição; financiamento de ITBI e custas cartorárias para pessoas físicas, e ampliação do acesso ao financiamento para produção de empreendimentos, com redução da quantidade mínima de vendas e da execução prévia de obras para contratação, ou seja, para iniciar a obra não é mais necessário ter 30% das unidades vendidas e 15% da obra feita com recurso próprio do incorporador.
Isso facilitou o lançamento dos empreendimentos nesse momento de incerteza e fez com que os produtos não fossem adiados, o que ajuda na empregabilidade e também, para as famílias que se sentem mais confiantes com uma instituição bancária financiando.
Além disso, há a carência de seis meses para a compra do imóvel, o que dá mais conforto para as pessoas tomarem a decisão de compra através de um financiamento, disse o executivo.
Mesmo com uma queda nas vendas entre março e abril, momento crítico da pandemia, a comercialização de imóveis em junho conseguiu compensar essas perdas e com isso o mercado já percebe uma demanda com famílias do segmento econômico que tem a necessidade de morar e com mais qualidade.
No segmento popular, as pessoas compram por necessidade de moradia, já no de média renda, o retorno dos compradores se refere pela utilidade, mas também pelo investimento e proteção de patrimônio.
O diretor do Sinduscon Bahia explica que o cenário vivido de taxa de juros a 2,25% ao ano, nunca foi visto. "As pessoas tinham a cultura de aplicação financeira com retorno de meio ou um por cento ao mês, mas com a Selic a 2,25%, o rendimento bruto é de 0,19% ou até menos quando é inserido no Imposto de Renda". Com isso, Carlos Henrique explica que as pessoas enxergam no imóvel, a oportunidade de proteção patrimonial e retorno de investimento, pois com essas as taxas, quem adquire o bem terá um rendimento maior.
A partir desses fatores, o mercado retoma e a expectativa é que a construção civil será forte aliada para volta da economia e não somente ela, mas os demais setores também, disse.
Novo Minha Casa Minha Vida
Com o pré-anúncio do novo programa habitacional que irá substituir o Minha Casa Minha Vida, que deve ser chamado Casa Verde e Amarela, feito pelo ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Rogério Marinho, o lançamento foi adiado devido o presidente Jair Bolsonaro ter contraído o coronavírus.
Mas segundo avaliação do presidente da Área de Habitação de Interesse Social (CHIS) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) o foco deve ser relacionado a regularização dos imóveis existentes e não a construção. "É uma carência urbana que afeta as cidades, mesmo que no primeiro momento não gere, mas a partir dessa normalização, as pessoas poderão investir e até mesmo ter acesso ao crédito o que por consequência vai movimentar a economia".
Outro ponto deve ser a redução da taxa de juros, com a queda de custos através de negociações feitas com a Caixa.
Mas outros mecanismos também estão sendo discutidos com o governo federal para que mais famílias tenham acesso ao crédito, principalmente de baixa renda. Neste momento com a taxa Selic a 2,25% ao ano, a capacidade de compra das famílias aumenta e isso deve ser aproveitado para tornar possível um financiamento de até 35 anos.
"A pauta está em discussão, ainda precisa ser consolidada até mesmo no ponto de vista legislativo, mas isso dará ao país uma referência de mercado imobiliário e de crédito imobiliário comparável com países mais avançados", enfatizou.