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Setor da Construção
28 de Maio de 2020
Obras de infraestrutura perdem espaço na construção civil nos últimos 10 anos
As obras de infraestrutura deixaram de ser o carro chefe na indústria da construção civil entre 2009 e 2018, com a participação caindo de 46,5% para 31,3%. Já o segmento de construção de edifícios cresceu de 39,5% para 45,5% nessa comparação, ocupando o primeiro lugar no ranking. Os serviços especializados para construção avançaram de 14% para 23,2% no período.
Os dados são da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC 2018), divulgada nesta quarta-feira (27) pelo IBGE.
A pesquisa destaca que em 10 anos o setor público perdeu representatividade como cliente da indústria da construção. A contratação de serviços passou de 43,2% em 2009 para 30,7% em 2018, sendo que a queda mais acentuada foi no segmento de obras de infraestrutura, como rodovias, ferrovias, construção pesada e telecomunicações. Depois veio a construção de edifícios, que engloba incorporações, empreendimentos imobiliários, edificações e a própria construção de prédios e, por fim, com recuo menor, os serviços especializados para a construção, que envolvem atividades de apoio, como acabamento e demolições.
A gerente da pesquisa, Synthia Santana, explica que as obras de infraestrutura estão relacionadas a grandes investimentos, e a queda observada nessa atividade, principalmente pelo setor público, tem implicações muito importantes na indústria da construção, como foi o caso da paralisação das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A pesquisa também mostra que o número de pessoas ocupadas na indústria da construção caiu 1,7% em 2018 na comparação com o ano anterior, com perda de 31,5 mil postos de trabalho. Apesar da retração, foi a menor queda da mão de obra no setor desde 2014. O valor dos salários, retiradas e outras remunerações, em termos reais, também apresentou diminuição de 3,2% em relação a 2017.
Ao todo, 1,9 milhão de pessoas estavam empregadas na construção em dezembro de 2018. O setor contava com 124.522 empresas ativas, uma queda de 1,4% em relação a 2017. Já em valores nominais, a atividade totalizou R$ 278 bilhões, contando incorporações, obras e/ou serviços de construção. Desses, R$ 264 bilhões foram somente em obras e/ou serviços.