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Economia
08 de Abril de 2014
Nova gigante admite venda de fábricas no Brasil
A francesa Lafarge e a suíça Holcim, que anunciaram ontem uma fusão que cria o maior grupo de material de construção do mundo, estimam que o Brasil será um dos países onde poderá ter de vender ativos para obter o sinal verde das autoridades de concorrência para a transação.
"No Brasil, reconhecemos que teremos um grande tema a tratar, sobretudo após essa investigação do Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica]", disse Rolf Soiron, presidente do conselho de administração de Holcim.
Companhias de cimento no Brasil travam uma dura batalha com a Justiça antitruste por causa de formação de cartel, em processo de 2005.
Julgamento do Cade realizado no fim de janeiro, ainda não concluído devido ao pedido de vista de um dos conselheiros, aplicou à Holcim multa superior a meio bilhão de reais, além da obrigação de se desfazer de ativos com capacidade anual de produção equivalente a 22% do que opera hoje.
"Tem muito rumor, mas não saiu oficialmente a decisão do Cade, nada chegou até a empresa", observou Bernard Fontana, atual presidente da Holcim e que integrará um grupo restrito para formatar a nova empresa, com o objetivo de completar a fusão no primeiro semestre de 2015.
Ele notou que a Lafarge, por sua vez, não está envolvida no caso do cartel no Brasil, de forma que não muda a situação para a transação no país.