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Setor da Construção
02 de Agosto de 2013
Mercado imobiliário está na UTI

Por conta do impasse na Justiça sobre a validade da Lei de Ordenamento e Uso do Solo (Louos) e do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), nos últimos sete meses Salvador perdeu cerca de R$ 7 bilhões em investimentos. “Com isso, mais de 30 mil empregos deixaram de ser gerados”, diz o secretário Municipal de Urbanismo e Transporte (Semut), José Carlos Aleluia.
Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA), Carlos Alberto Vieira Lima, o mercado imobiliário da cidade “está na UTI” desde dezembro do ano passado, por conta do efeito suspensivo da Louos e do PDDU. “O impasse acendeu o sinal vermelho nas empresas de construção que atuam no mercado da capital. Estão sendo atingidas em sua saúde financeira, principalmente nas pequenas e médias construtoras”, considerou.
Para Vieira Lima, é imprescindível e urgente que o Ministério Público, o Poder Executivo Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Justiça da Bahia cheguem a um acordo e que seja aprovado um marco regulatório que ofereça transparência e segurança jurídica para a retomada de investimentos no segmento imobiliário.
“Para se ter uma ideia da situação, o desempenho do mercado imobiliário nos últimos dois anos caiu consideravelmente: em 2012 o número de novos lançamentos em Salvador foi de 2.306. Em 2013 foi apenas de 1.112. Se compararmos os dados entre 2009 e 2013 a queda foi em torno de 400%”, constata.
O presidente do SINDUSCON-BA diz ainda que a falta de diálogo visando o bem da cidade levou o PDDU e a Louos a serem entraves para a atividade econômica do segmento imobiliário. “Há sete meses que nenhum novo projeto é liberado pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucom)”, afirma.
Este fato, além de comprometer a saúde financeira das pequenas e médias construtoras, atinge também a sociedade, por conta da retração na geração de emprego no setor. Vieira Lima diz que este é o lado mais perverso desta moeda: “A perda dos postos de trabalho na base da pirâmide social. Até os dois projetos de escolas do Sesi e Senai para os filhos dos trabalhadores da indústria, estão paralisados há mais de seis meses, por falta de liberação das licenças”.