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Setor da Construção
18 de Julho de 2014
Mercado em evolução
Já não se fala mais em escassez de mão de obra na construção civil.
As empresas do setor agora conseguem com mais facilidade contratar operários para os canteiros de obras.
O desafio é encontrar estratégias para reter e qualificar as equipes de trabalho.
Para o diretor de política e relações trabalhistas do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Ricardo Catão, a disponibilidade de mão de obra é interessante para as construtoras, considerando que a demanda por obras, principalmente de infraestrutura e moradia, está em alta no Brasil.
Por outro lado, o cenário acaba beneficiando quem está mais preparado para o mercado de trabalho.
"As empresas contratavam mesmo quando era o primeiro emprego porque precisavam de mão de obra. A ordem era treinar. Hoje, você encontra operários com experiência em obras prontas", destaca.
Além disso, o setor da construção civil continua a ser atrativo porque paga bons salários.
Mas ainda há muita mão de obra sem treinamento à procura de uma vaga no mercado de trabalho.
"A qualificação é um problema intermitente. O trabalhador deve sempre buscar se atualizar", pontua Catão.
Ao contrário do que imaginou o diretor-executivo do Instituto da Construção em Belo Horizonte, Raphael Menezes, a maioria dos alunos nunca trabalhou na construção civil e está de olho nas oportunidades oferecidas pela área, conhecida por pagar bem.
Um pintor, por exemplo, recebe em média R$ 2 mil com carteira assinada na capital. Apenas 30% dos matriculados já estão inseridos nos canteiros de obras e buscam melhor colocação no mercado de trabalho, além de maior salário.
"Observamos que a qualificação da mão de obra na área da construção civil é muito precária. O pedreiro entra como ajudante e vai aprendendo o ofício no dia a dia. Não existe uma metodologia", comenta.